Startups aproveitam Copa do Mundo para promover aplicativos e serviços

Empresas apostam em plataformas digitais para facilitar a vida dos 3,6 milhões de turistas e público local que devem passar pelas cidades-sede dos jogos

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Por Redação Link
Atualização:

Alexandre Dall’Ara André Ítalo Rocha Anna Carolina Papp

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A um mês do pontapé inicial,todos os olhos se voltam à Copa do Mundo. O evento, que já mobiliza diversos setores em todo o Brasil, desta vez não será acompanhado apenas pela TV ou pelo computador. O avanço da mobilidade e o boom de aplicativos nos últimos anos cravam a promessa: será a Copa do celular.

O Mundial deste ano será o primeiro em que smartphones superam a venda de celulares comuns no Brasil. O País espera receber 600 mil estrangeiros e mais de 3 milhões de turistas brasileiros nas cidades-sede. De olho nesse mercado, empresas de tecnologia apostam em aplicativos e serviços que facilitem a vida tanto de turistas quanto de moradores locais. Eles transformam o telefone em guia turístico, medidor de sinal de internet ou até em tradutor.

“Na Copa, os usuários podem não só acompanhar o conteúdo e os jogos, mas aproveitar toda a experiência: encontrar amigos, receber informação em tempo real e utilizar serviços de geolocalização – tudo ao alcance da mão”, diz Terence Reis, diretor de operações da Pontomobi, especializada em marketing móvel. Para o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto, as principais startups beneficiadas são as que investirem no setor de serviços. “Sistemas que facilitem a gestão e a comunicação para o melhor atendimento dos clientes terão uma forte presença.”

Ciente da dificuldade de comunicação entre garçons e estrangeiros, o empresário paulista Rodolfo Parisi, de 29 anos, desenvolveu uma plataforma capaz de traduzir menus de bares e restaurantes para qualquer idioma – a iCode Cardápios Inteligentes. Com QR Codes, os turistas poderão ver no celular ou tablet a tradução do menu em segundos. “O serviço já está disponível em 27 estabelecimentos, em seis Estados. Até junho, a meta é estar em todas as sedes do torneio, em 300 bares e restaurantes”, estima o empresário, que já investiu cerca de R$ 30 mil em parceria com um sócio argentino.

No Rio de Janeiro, quatro cariocas criaram o Razoom, site especializado em turismo de experiência, com apoio financeiro e operacional da aceleradora 21212. A ideia, segundo Aloisio Moraes, de 24 anos, é oferecer passeios fora do padrão, típicos de quem conhece bem a cidade, “como uma roda de samba, uma feijoada diferenciada”, explica. Os fundadores investiram cerca de R$ 5 mil na ideia.

Test drive

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Algumas empresas utilizaram a Copa das Confederações como piloto para o Mundial. Foi o caso da mineira Squadra Tecnologia, que criou o aplicativo Mob.Urb. “Toda vez que o turista viaja, ele pega um mapinha, aquele de aeroporto, e coloca no bolso. Pegamos aquilo, que é estático, e colocamos interatividade”, diz Luiz Alessandro Silva, gerente de comunicação. O app mostra informações geolocalizadas sobre pontos turísticos, restaurantes e atrações culturais. Por ora disponível só em Belo Horizonte e no Rio, o mapa das 12 cidades-sede já está em fase de finalização, afirma.

Fugindo dos setores ligados a turismo, a Ilhasoft, startup de Maceió, enxergou no evento esportivo a oportunidade de contribuir com uma causa social. Em parceria com a Unicef, criou o Proteja Brasil, que auxilia na denúncia de violações aos direitos da criança e do adolescente. “Vemos preocupação focada apenas no turista. Mas há toda uma cadeia que precisa ser trabalhada para assegurar direitos humanos”, diz Leandro Neves, um dos sócios. Ele lembra que eventos de grande porte costumam incentivar o turismo sexual.

Durante a Copa das Confederações, foram feitas 3 mil denúncias por meio do aplicativo. Ao utilizar o serviço, porém, usuários relataram dificuldades devido às falhas de sinal de telefonia. “Nos pediram para fazer um mapeamento dos sinais das operadoras e aí criamos o CrowdMobi”, diz Neves. Com 12 mil usuários atualmente, o app contará com uma função especial para a Copa. “Será possível medir a qualidade do sinal em todos os estádios do Mundial”, conta Neves.

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