Streaming versus mp3 na Campus Party

Às 11h30 desta quarta-feira, 27, na Campus Party, rolou um debate sobre se está chegando o fim do mp3. E o Link esteve presente por lá: Alexandre Matias, editor do caderno, foi um dos que sentou na mesa para opinar sobre o assunto. Além dele, participaram da discussão Thiago Carandina (jornalista musical e ex funcionário do Myspace), Thiago Taboada (funcionário da MTV) e Zé Antonio Algodoal (Diretor do Notícias MTV), tudo moderado por Brunno Constante (Repórter do Portal MTV).

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Por Fernando Martines
Atualização:
  Foto: Gabriel Chiarastelli/DivulgaçãoDa esq. para dir. : Zé Antônio, Matias, Bruno, Carandina e Taboada

Apesar do tema do debate e da sentença de Zé Antônio logo no começo (“O fim do mp3 já esta decretado. No futuro o acesso será muito mais fácil”), Thiago Carandina lembrou que o hábito da posse – seja em formato de um cd na prateleira ou um arquivo no iPod –é algo muito enraizado nas pessoas e isso talvez não seja tão fácil de mudar. “Um ponto muito importante é que o fã ainda quer ter algo sobre o artista. Estamos esquecendo o hábito de consumo das pessoas”, disse o ex-funcionário do MySpace.

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Ainda no quesito do fã manter uma relação afetiva com a banda e querer ter algo do seu artista, Matias lembrou que isso nem sempre é, necessariamente a música. “As pessoas querem ter algo da banda, mas não necessariamente a música. Algumas gravadoras lançaram pen drives com músicas de seus artistas e a ideia não vingou. Por outro lado, o Autoramas (banda de rock do Rio de Janeiro), vende mais camisetas do que CDs. O produto pode ser outra coisa, que não seja a música”, exemplificou o editor do Link.

Por outro lado, Thiago Taboada lembra que, se por um lado as pessoas estão acostumadas em ter a posse das coisas, por outro, os internautas já estão habituados acessarem os conteúdos sem “possuí-los”. “A própria internet é um streaming. Você entra em um site, consome textos e fotos, sai e pronto, aquilo foi deletado. Se você quiser novamente, não precisa baixar, é só acessar a página mais uma vez”.

Ao final, a opinião da mesa quase como em conjunto era que sim, o mp3 está chegando ao fim. Não tanto o “arquivo, mas sim o ato de fazer downloads de músicas”, afirmou Matias. Um fato que corrobora isso é a expansão de sites como Spotify e Grooveshark, que é exatamente o tema do debate: um serviço que permite aos usuários ouvirem suas músicas, criarem suas playlists, tudo de graça, instantâneo e sem baixar nada. Quem paga a conta? O Spotify tem uma versão paga do serviço e calcula que precisa que 10% assinem o pacote para o negócio ser viável (ainda estão nos 5%). Outra opção aventada por ai é o patrocínio do streaming: como se o logo de uma marca aparecesse na tela de seu monitor enquanto você ouve determinada música. Opções, mas ainda não há uma resposta definitiva para quem financiará o serviço. Por enquanto, Thiago Carandina parece ter resumido o que é certo nesse meio: “Tem que vir de graça e a qualidade tem que ser boa. As pessoas não vão mais pagar por música”.

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