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Tesla não foi responsável por acidente fatal com motorista, diz governo dos EUA

Sistema do piloto automático deu sete avisos visuais para que o motorista assumisse a direção do veículo, mas ele não o fez pelo período solicitado

Por Agências
Atualização:
Motorista usava carro semi-automático da Tesla, mas não obedecia aos avisos para colocar as mãos no volante. Foto: Reuters

Um relatório divulgado na última segunda-feira, 19, pelo governo dos Estados Unidos indica que o homem que morreu na colisão entre um carro semi-autônomo da Tesla e um caminhão passava longos períodos com as mãos fora do volante, apesar dos repetidos avisos do sistema para não fazer isso.

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A organização norte-americana National Transportation Safety Board (NTSB), que investiga acidentes em diferentes áreas de transporte, divulgou um relatório de 500 páginas com descobertas sobre a morte de Joshua Brown, ocorrida em maio de 2016. Ele estava dirigindo um modelo do Tesla S perto da cidade de Williston, na Flórida, quando bateu num caminhão enquanto seu carro estava no “piloto-automático”.

De acordo com os dados divulgados, o sistema de direção semi-automática pediu que o motorista colocasse as mãos no volante por um período total de 37 minutos, mas ele aparentemente só obedeceu o comando durante 25 segundos. O relatório ainda disse que o piloto automático ficou ligado durante a maior parte da viagem e deu avisos visuais de “mãos não detectadas” sete vezes diferentes. Em seis situações, o sistema tocou um alarme antes de retornar para o aviso visual.

O advogado da família de Brown disse que o relatório da organização deve por fim aos rumores que estavam circulando na mídia sobre Joshua estar assistindo filmes no momento da batida. Ele ainda informou que a família não está processando a Tesla e que ainda está analisando todos os dados do relatório.

Segurança. O acidente, o primeiro a envolver a morte de um motorista, levantou questões sobre a segurança de sistemas que podem dirigir por longos períodos sem intervenção humana, mas que ainda não são capazes de substituir totalmente os motoristas de carne e osso.

Em setembro, a Tesla revelou melhorias no seu sistema de piloto automático, com a adição de novos limites para o modo de direção sem mãos no volante e outras funções novas que a empresa acredita que teriam evitado a colisão que levou a morte do motorista. Uma das mudanças é que agora o sistema impede que os motoristas usem o modo automático se eles não responderem aos avisos sonoros para retomarem o controle do veículo.

Em janeiro, um relatório da organização National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) disse que não encontrou evidências de defeito no sistema do carro de Brown. A administradora ainda informou que o motorista não acionou os freios do carro e que sua última ação foi tomada dois minutos antes da batida, quando ele ajustou o modo cruzeiro para 119 km/h, quando a velocidade permitida era de aproximadamente 105 km/h.

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A agência disse que o caminhão poderia ter sido visto pelo motorista no mínimo 7 segundos antes do impacto, mas que não há evidências de Brown ter tomado qualquer atitude a respeito.

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