Tribunal pede bloqueio de sites no Paquistão

Ofensas a Maomé podem levar a bloqueio do YouTube, do Hotmail, do MSN, do Bing e até do Google no país

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Por Agências
Atualização:

Um tribunal paquistanês ordenou a volta de restrições ao YouTube e outros oito sites, bloqueados por mostrar material considerado ofensivo para os mulçumanos.

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As outras páginas na internet incluem o Yahoo, o MSN, o Hotmail, o Google, o Islam Exposed, o In The Name of Allah, a loja virtual Amazon e o buscado Bing, da Microsoft.

Se todas as restrições forem aplicadas, os principais serviços de e-mail, os maiores buscadores e o site de compras mais importante da web serão bloqueados no Paquistão.

Qualquer representação do profeta Maomé é considerada pelos mulçumanos — a maioria religiosa do país — uma atitude antiislâmica e uma blasfêmica.

Um juiz da cidade de Bahawalpur, no lesto do país, ordenou às autoridades que imponham restrições porque as páginas contêm “material blasfêmico contra Alá, contra o profeta Maomé e contra o Corão”, disse Latif ur Rehman, um advogado que apresentou a demanda pelas restrições.

“O tribunal emitiu a ordem depois que um CD com o material blasfêmico dessas páginas foi remetido ao tribunal”, disse o advogado à Reuters por telefone.

Rehman disse que o juiz, Mazhar Iqbal Sidhu, ordenou que funcionários da Autoridade das Telecomunicações do Paquistão (PTA) comparecessem com “todas as gravações relevantes” em 28 de junho.

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“O Ministério de Tecnologia e Informação, por meio de seu secretário, está obrigado a transmitir a ordem ao presidente da PTA (…) para bloquear as páginas mencionadas”, disse Rehman, lendo a ordem do juiz.

Um porta-voz da PTA disse não haver recebido ainda as instruções do governo para bloquear as páginas. Um funcionário do Ministério de Tecnologia e Informação disse que cumpriria a resolução quando recebê-la.

No mês passado, as autoridades que atuavam por uma ordem judicial bloquearam o Facebook, o YouTube e outras páginas durante quase duas semanas por indignação a um movimento no Facebook que pedia aos usuários enviarem imagens do profeta Maomé para protestar contra as ameaças de um grupo extremista mulçumano.

Cinco pessoas morreram em 2006 em protesto no Paquistão contra a publicação, um ano antes, de caricaturas de Maomé em jornais dinamarqueses, consideradas blasfêmicas por mulçumanos.

(REUTERS)

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