'Twitter cubano' não era ação contra o governo; diz EUA

Agência norte-americana tencionava apenas 'melhorar a comunicação no país latino'

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Por Agências
Atualização:

WASHINGTON – A rede social criada como uma forma de Twitter em Cuba não foi concebida para fomentar a dissidência contra o governo comunista de Havana, disse nesta terça-feira o chefe da agência norte-americana por trás da iniciativa.

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O administrador da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês), Rajiv Shah, compareceu diante de uma subcomissão do Senado para discutir os US$ 20 bilhões do orçamento da agência, mas alguns dos questionamentos tiveram como foco a rede social ZunZuneo lançada pela Usaid em Cuba em 2010.

Na semana passada, uma extensa reportagem da agência Associated Press afirmou que o ZunZuneo, que tomou o nome de gíria cubana para o piar (tweet) de um beija-flor e é semelhante à rede Twitter com sede nos Estados Unidos, tinha sido criado como uma ferramenta para a mobilização de manifestações em Cuba.

Patrick Leahy, democrata do Estado de Vermon que preside a subcomissão, definiu o ZunZuneo como uma “ideia fútil” que deixava em grande risco o norte-americano Alan Gross, de 64 anos, que está cumprindo uma sentença de 15 anos de prisão em Cuba depois de ser preso em 2009, enquanto trabalhava para a Usaid lá.

Segundo a AP, o plano da Usaid previa iniciar o ZunZuneo com tópicos de discussão não-controversos, como esportes, música clima, e depois seus operadores introduziriam a política assim que a rede tivesse estabelecido um número considerável de seguidores. Eles esperavam, por fim, utilizá-la para “renegociar o equilíbrio de poder entre o Estado e a sociedade”, de acordo com um documento da Usaid citado pela AP.

Shah afirmou que o ZunZuneo não tinha a intenção de atrapalhar o governo cubano e estava em conformidade com a política da Usaid de melhorar a comunicação no país, inclusive por meio de uso da Internet, sendo semelhante aos programas que mantém em outras partes do mundo.

/ REUTERS

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