Um captcha com sentimentos

Grupo de ativistas propõe CAPTCHA com perguntas baseadas em casos reais de violação aos direitos humanos

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Por Anna Carolina Papp
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Grupo de ativistas propõe CAPTCHA com perguntas baseadas em casos reais de violação aos direitos humanos; respostas são sentimentos

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SÃO PAULO – Enquanto navega pela internet, você deve estar acostumado a se deparar com  sistemas CAPTCHA – aquelas lacunas em que você digita uma sequência de números ou letras que aparecem distorcidas em uma imagem, a fim de provar que você é um ser humano e não um robô. Mas, e se para prevenir bots automáticos e spam, você tivesse que dizer como se sente a respeito de questões que ferem os direitos humanos?

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A ideia, o “CAPTCHA dos Direitos Humanos”, foi do Civil Right Defenders, um grupo ativista sueco. Funciona da seguinte maneira: em vez de digitar caracteres, o usuário deve responder como se sentiria mediante alguma situação ética envolvendo direitos humanos, como violência e homofobia. Há sempre três opções de palavras, com emoções positivas e negativas.  O acesso, transação ou comentário só é liberado com a resposta do “sentimento adequado”.

Veja abaixo alguns exemplos:

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“O vice-ministro de Defesa na Albânia, Ekrem Spahui, pensa que gays devem apanhar com um bastão. Como isso te faz sentir?” Transitório / Horrorizado / Feliz

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“Em 2011 a liberdade de imprensa foi fortalecida em Moldova, seguindo uma melhora geral da situação legal e política do país. Como isso te faz sentir?” Muito orgulhoso / Bagunceiro/ Tímido

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“A defensora de direitos humanos Natalia Estmirova foi raptada do lado de fora  de sua casa na Chechênia e morta a tiros mais tarde naquele dia. Como isso te faz sentir?” Romântico / Inspirado / Ferido

De acordo com o grupo criador, a maioria das situações abordadas no CAPTCHA – incluindo todas as negativas -  são baseadas em fatos verídicos em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi violada. “No nosso trabalho não há conteúdo que seja baseado em nossos valores subjetivos e pessoais”, afirma o grupo em sua página. Segundo os ativistas, a resposta correta é sempre a que mostra compaixão e empatia.

Além de dificultar o envio de spam, a iniciativa almeja ser uma espécie de manifesto pela garantia dos direitos humanos pelo mundo. “Com mais de 200 milhões CAPTCHAs sendo resolvidos todos os dias, esperamos que, ao pegar um pequena quantidade dessas interações, possamos ajudar a promover e capacitar os nossos parceiros – bravos defensores dos direitos humanos, que muitas vezes se colocam em grande risco por seu engajamento pelos direitos de outras pessoas”, diz a página.

As perguntas serão modificadas ao longo do tempo, tanto para permanecerem atuais em relação aos acontecimentos contemporâneos como para aumentar a segurança do sistema, a fim de minimizar a possibilidade de análise automática dos sentimentos apresentados. No entanto, de acordo com os criadores, a base de dados disponível até agora é grande o suficiente para atender de maneira satisfatória às demandas de ferramentas open source.

É possível instalar o sistema em seu site pela Biblioteca PHP  ou pela API. Por enquanto, o serviço só está disponível em inglês e sueco.

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