Tido como ‘última esperança’ da BlackBerry, aparelho aposta em câmera potente e na oferta de uma nova experiência aos usuários
Por Nayara Fraga e Camilo Rocha* Publicado no caderno Economia & Negócios desta sexta
SÃO PAULO – A BlackBerry apresentou na quinta-feira, 21, em São Paulo, o smartphone que acredita ser sua principal arma para recuperar o brilho perdido no mercado mundial. Pesando 135 gramas e com tela sensível ao toque de 4,2 polegadas, o aparelho, chamado Z10, é o primeiro da companhia na plataforma BlackBerry 10. O objetivo da companhia canadense é fazer frente ao iPhone 5 e ao Samsung Galaxy S III, os principais “tops de linha” atuais.
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O smartphone já está à venda no Canadá e em alguns países da Europa. A empresa não revela números, mas afirma que o Z10 teve a melhor pré-venda da história da BlackBerry.
A companhia não diz qual será o preço do aparelho no Brasil e não informa a data precisa de lançamento, limitando-se a dizer que será no primeiro semestre. A Venezuela, país em que a empresa afirma ter 65% de participação de mercado, já está vendendo o Z10. No Brasil, a BlackBerry não figura nem entre as cinco primeiras marcas mais vendidas, de acordo com o levantamento da Gartner de 2012.
Mas a situação nem sempre foi tão difícil. De 2008 para 2011, a fatia da companhia saltou de 17% para 21,4%, de acordo com estudo da Frost & Sullivan. Isso sugere que 2012 foi o ano em que a empresa, provavelmente, mais perdeu consumidores. Os smartphones embarcados com Android – sistema operacional do Google usado por vários fabricantes – caíram no gosto do consumidor e contribuíram, ao lado do iPhone, para dar a impressão de que a plataforma da BlackBerry havia ficado obsoleta.
É por isso que o BlackBerry 10 é visto como a última esperança da companhia. Um de seus desafios – e também sua grande virtude – é a experiência diferente que ele proporciona ao usuário. Para quem está acostumado com Android ou iPhone, manusear um Z10 pode parecer a princípio um pouco difícil. Tarefas simples, como fechar um aplicativo ou voltar à tela inicial, pedem um gesto específico (a reportagem testou o aparelho em apresentação feita em São Paulo).
A câmera do aparelho é uma das características que chamam a atenção. Ela tem um recurso que permite ao usuário tirar vários fotos num clique só e selecionar o melhor momento. Isso é útil, por exemplo, quando uma pessoa na foto aparece de olhos fechados. Outros recursos são a interface fluida e o teclado, que acomoda dedos gordinhos e sugere palavras de acordo com o uso.
Um ponto fraco da plataforma é a loja de aplicativos, hoje com apenas cerca de 90 mil disponíveis. Mas, segundo a empresa, cresce mais do que a das concorrentes. “A experiência do usuário, com uma base instalada maior (de aplicativos), tem tudo para dar certo”, diz Angel Aldana, gerente de alianças da BlackBerry no Brasil.