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A fábrica de foguetes do dono da Amazon

Executivo planeja iniciar viagens curtas pelo espaço, para até seis pessoas, a partir de 2018

Por Agências
Atualização:

AP

 

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A sede da Blue Origin – fabricante de foguetes do bilionário fundador da Amazon, Jeff Bezos – fica num parque industrial em Kent, no Estado americano de Washington, mas tenta manter a discrição. Não há sequer uma placa indicativa na estrada. No início desta semana, pela primeira vez, a companhia abriu suas portas à imprensa.

Numa parede na área central da companhia, uma imagem mostra duas tartarugas segurando uma ampulheta: elas olham para cima, em direção a uma imagem estilizada dos planetas e do cosmos. Embaixo está o lema da Blue Origin: “Gradatim Ferociter” (passo a passo, ferozmente, em latim). “Você poder galgar degraus rapidamente, mas não pode pular nenhum deles”, explicou Bezos.

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O executivo falou sobre o progresso do projeto de turismo espacial. A espaçonave New Shepard, que foi até os limites do espaço terrestre em novembro de 2015 e regressou em janeiro, será lançada novamente em breve. Dependendo do sucesso do teste, turistas pagantes, seis de cada vez, poderão começar a fazer viagens curtas, experimentando alguns minutos no espaço já em 2018.

A Blue Origin foi criada em 2000. Nos anos seguintes, uma equipe de dez pessoas pesquisou uma maneira melhor de ir ao espaço que não fosse por meio de foguetes impulsionados por uma ruidosa combustão química ineficiente. Concluíram que não existe. Bezos estuda e reflete sobre foguetes desde quando tinha cinco anos. “Jamais imaginei que algum dia disporia de recursos para fundar uma empresa espacial”, afirmou. “Ganhei na loteria com um bilhete chamado Amazon.com.”

Ele não diz o quanto já investiu em seu sonho. Em 2005, começou a desenvolver foguetes. Durante anos, os negócios eram cercados de mistério. Vez por outra, surgia uma notícia, mas só no ano passado, a companhia revelou em Cabo Canaveral, na Flórida, que a Blue Origin lançaria foguetes em órbita dali. Bezos fala sobre a fabricante de foguetes não tanto como empresa, mas como parte de um glorioso futuro para a humanidade, com milhões de pessoas vivendo e trabalhando fora do planeta.

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Energia. O argumento é simples. O consumo de energia aumenta hoje de 2% a 3% ao ano. Mesmo a essa taxa modesta, dentro de alguns séculos a energia consumida será igual à produzida por painéis solares muito potentes, que deverão cobrir toda a superfície do planeta. “Então usaremos toda a energia solar que chega à Terra. Este é o limite real.”

Existe, porém, muita energia e matéria-prima a ser usada em outras partes do sistema solar. Em vez de fábricas na Terra produzindo componentes sofisticados usados em pequenas máquinas que irão para o espaço, a indústria pesada será processada fora daqui, e a Terra, brincou, servirá para morar e para a indústria leve, permitindo que grande parte do planeta volte a um estado mais natural. “Universidades, habitações e assim por diante”, profetizou Bezos.

Ele afirmou que manteve os seus projetos em segredo para não criar expectativas exageradas. “Tudo em relação ao espaço ganha facilmente enorme relevância.” / THE NEW YORK TIMES, COM TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

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