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ABStartups lança banco de dados aberto sobre startups brasileiras

Chamada de StartupBase, a plataforma vai começar a sua fase de testes nesta quarta-feira, 13, e será aberta por completo no dia 26 de outubro

Por Carolina Ingizza
Atualização:
Expansão. Em seis meses, total de funcionários do Nubank passou de 389 para 538; empresa é case de sucesso entre startups brasileiras Foto: Nubank

Atualizada às 14h05. O texto original dizia que a ABSstartups possui 4,2 mil startups associadas, mas na verdade são 780 associadas e 4,2 mil cadastradas no banco de dados.

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A Associação Brasileira de Startups (ABStartups) está lançando nesta quarta-feira, 13, uma nova estrutura online e aberta para o seu banco de dados sobre o ecossistema brasileiro de startups. Chamada de StartupBase, a plataforma — em fase de testes, disponível por enquanto apenas para cadastramento de parceiros e associados — pretende ser um centro de informações completo e uma vitrine para as startups do País.

A meta da ABStartups é liberar a plataforma para o cadastro de qualquer empresa no final de outubro, durante o CASE, evento de startups organizado pela entidade. No início, a plataforma vai ser alimentada com as informações que a associação já possui em sua base, que tem mais de 4,2 mil startups cadastradas.

Os parceiros do projeto, como os centros Cubo, do Itaú, e Plug, as aceleradoras Startup Farm, Ace e InovAtiva, em conjunto com investidores, também colocarão os dados na StartupBase das empresas com as quais trabalharam. Segundo Amure Pinho, presidente da ABStartups, o objetivo da entidade é ter mais de 7 mil empresas inovadoras cadastradas e ativas na base de dados até o final de 2018. 

A ideia do site é ser como um “Linkedin de startups”. Cada empresa poderá criar um perfil no sistema, mas para isso precisará submeter algumas informações fundamentais, como nome, área de atuação, modelo de negócio, investimento recebido, faturamento anual, por exemplo. Assim como acontece em muitas redes sociais, no StartupBase também será possível seguir e acessar o perfil das empresas cadastradas, mas qualquer pessoa poderá as informações contidas no site. “O objetivo é dar ferramentas para que os investidores e a imprensa tenham ferramentas para entender o ecossistema brasileiro”, diz Pinho.

Conforme as startups forem preenchendo seus dados e usando a plataforma, o sistema vai pedir mais detalhes, como número de vagas em aberto, apresentações (pitch deck) e o nome dos investidores. Empresas que não atualizarem suas páginas com frequência — mais de seis meses — deixarão de aparecer no modo público. A proposta é que o StartupBase mostre a linha completa de evolução das empresas, desde a sua fundação até a aceleração e recebimento de investimentos. Com esses dados, o sistema conseguirá cruzar informações e responder questões sobre crescimento de startups, localização delas e concentração de investimentos, por exemplo.

Para a startup, a principal vantagem de cadastrar seus dados e permanecer na plataforma é se manter visível para o mercado. No entanto, para que isso aconteça de forma orgânica, a ABStartups precisará tornar seu banco de dados relevante no cenário nacional. Inclusive, o sistema depende dos usuários para validar as informações submetidas pelas empresas, já que as checagens de dados só serão feitas após denúncias no site.

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Ecossistema. Amure Pinho conta que a Associação sentiu a necessidade de consolidar um banco de dados unificado por perceber, com o mapeamento atual, que as cidades brasileiras com maior visibilidade econômica estavam concentrando investimentos. “O ecossistema de Sanca Hub, que concentra as cidades de São Carlos e Ribeirão Preto, por exemplo, já conta com quase 70 startups. Mas as empresas não conseguem atrair o mesmo volume de investidores que as sediadas em São Paulo. Os produtos são ruins? Não. Falta visibilidade.”

Para o presidente, além da falta de espaço para empresas fora dos grandes centros, os principais problemas do ecossistema brasileiro são de a falta de regulamentação e de uma cultura de investimentos no País. “É muito ruim que ainda não exista uma personalidade jurídica de startups, pois elas acabam se enquadrando em regras simples e que não abarcam sua complexidade”, diz. 

No entanto, Pinho acredita que o Brasil está na sua melhor fase para startups. O ecossistema brasileiro, na sua visão, está mais maduro, com mais dinheiro e com maior envolvimento de empresas grandes do que estava há cinco anos. O que falta, para ele, é esse olhar mais amplo. “Se a gente quiser ter o maior ecossistema da América Latina, precisamos apostar na diversidade, em quem está fora dos grandes centros”.

*É estagiária, sob supervisão da editora Claudia Tozetto.

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