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Aspirador de pó autônomo pode ser o futuro das casas inteligentes

Empresa norte-americana aposta que os dados coletados pelo aspirador sobre a casa podem servir para melhorar outros produtos inteligentes

Por Agências
Atualização:
A iRobot criou os aspiradores Roomba, que podem mapear o espaço enquanto limpam a casa. Foto: iRobot/Handout via REUTERS

Os aspiradores de pó que limpam o chão sozinhos entraram no mercado de eletrodomésticos e fizeram sucesso com os consumidores, mas o futuro do produto pode não residir na coleta de pó, e sim no acúmulo de dados. Pelo menos é o que espera a iRobot, empresa criadora do aspirador Roomba, que, com preços entre US$375 e US$899, concentra 88% do mercado desse tipo de equipamento nos Estados Unidos.

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A iRobot, que desenvolveu um dispositivo autônomo capaz de evitar obstáculos e aspirar pó, agora espera que os sensores e câmeras do produto sirvam para mapear o espaço da casa ao seu redor. Com dados sobre a dimensão dos cômodos, a distância entre sofás, mesas, televisores e luminárias, a companhia espera impulsionar a indústria de casas inteligentes. 

Hoje, luzes, termostatos e câmeras de segurança já são controlados com inteligência artificial, mas eles ainda não conseguem entender o espaço físico muito bem, de acordo com Colin Angle, presidente executivo da iRobot. Aproveitando-se dessa brecha de mercado, a empresa passou a focar na venda da tecnologia de mapeamento e nos dados coletados pelos aspiradores.

Para Angle, “há uma grande gama de serviços que uma casa inteligente pode oferecer se ela tiver um mapa detalhado do espaço em que o usuário está”. E o executivo não é o único a acreditar no potencial desse setor: gigantes como Amazon, Google e Apple estão investindo na implantação de assistentes pessoais em aparelhos domésticos e podem usar os dados da iRobot no futuro.

Segundo o professor de robótica da Universidade de Cornell Guy Hoffman, a tecnologia capaz de fazer um mapeamento detalhado do espaço seria um grande avanço para as casas inteligentes. Para ele, mapas atualizados regularmente podem permitir que o sistema de som de uma casa projete as músicas de acordo com a acústica doméstica, ou que o ar condicionado agende o fluxo segundo a disposição dos móveis, por exemplo.

Hoffman também aponta que empresas como Amazon, Google e Apple também poderiam usar os dados para recomendar produtos domésticos específicos para seus clientes comprarem.

No entanto, os planos de crescimento da iRobot podem ser atrapalhados pela questão daprivacidade dos dados dos usuários, diz Ben Rose, analista da Battle Road Research. A empresa espera que os benefícios da casa inteligente superem o medo dos consumidores de compartilhar informações sobre suas casas com terceiros, mas o analista acha que o tema ainda pode ser um problema.

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Outro fator preocupante é o fato de empresas concorrentes venderem produtos similares por preços menores, o que atrai os consumidores que não enxergam a conectividade como uma vantagem que justifica o valor maior.  O Eufy RoboVac 11, que destronou o Roomba na análise do jornal The New York Times, por exemplo, custa US$220 (US$155 a menos que o mais barato dos produtos da iRobot).

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