Biochip precisa evoluir para ser útil e popular

Para ganhar escala em número de usuários, chip deve agregar novas funções

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Implantes no corpo são a nova fronteira da tecnologia Foto: Divulgação/Dangerous Things

Hoje, os biochips são um ótimo dispositivo para quem odeia carregar chaves no bolso – mas não muito além disso. “Posso abrir a porta de casa e do meu carro com os biochips que tenho nas mãos”, diz Raphael Bastos, o primeiro brasileiro a implantar um chip.

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Engenheiro, Bastos leva um biochip em cada uma das mãos desde 2013. “Hoje, carrego uma carteira de bitcoins dentro da minha mão. No meu notebook, o bloqueio de tela e as redes sociais só ficam disponíveis com o chip por perto”, diz, como quem descreve as funções de um canivete suíço. 

No entanto, o rapaz sabe que a tecnologia ainda tem potencial limitado – especialmente pelo fato de não ter bateria própria, o que limita funções como serviços de localização ou conectividade direta com a internet. “Quando essas questões forem superadas, vamos viver como em Matrix”, imagina ele. 

Para Amal Graafstra, dono da empresa norte-americana de biochips Dangerous Things – que projetou os dispositivos usados por Bastos –, a tecnologia ainda tem um longo caminho pela frente. Para ele, será preciso que setores mais tradicionais concordem com sua utilização para que os biochips possam ganhar escala. “Por exemplo: a tecnologia do sistema de pagamentos móveis já existe, mas empresas como bandeiras de crédito e bancos precisam dar autorização para os biochips.”

Para os entusiastas, a tecnologia vai demorar para se popularizar. “Não vejo muitas pessoas sendo implantadas no curto prazo”, diz Graafstra. Assim como ocorreu com o celular, por exemplo, é preciso que o biochip agregue novos recursos. “O celular de antigamente não tinha GPS, não tinha tela sensível ao toque e era preciso usar cabo para tudo. Os biochips vão passar por uma evolução parecida em 30 ou 40 anos”, aposta Bastos. 

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