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É crítico que tecnologia e inovação entrem no debate eleitoral, diz Ipea

Fernanda de Negri defende que é preciso ter uma agenda de longo prazo para a inovação

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:
Fernanda De Negri é pesquisadora do Instituto de Pesquisa Economica Aplicada (IPEA) Foto: Hélvio Romero/Estadão

 A pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Fernanda de Negri, afirmou durante evento do Fórum Estadão Brasil Competitivo nesta terça-feira,6, que é crítico que temas como inovação, ciência e tecnologia entrem no debate eleitoral deste ano. "Um dos nossos grandes problemas no Brasil é que tende entrar no debate eleitoral o que tem força de lobby. Por isso é difícil entrar com temas mais novos", afirmou a pesquisadora. "É preciso ter agenda de longo prazo para a inovação. É um processo que leva tempo, envolve muitas mudanças e retirar as amarras". Para se inovar em qualquer país, disse ela, é preciso haver pessoas qualificadas, e infraestrutura, como laboratórios, e de um ambiente que favoreça essa infraestrutura e estimule os novos projetos e o empreendedorismo. "O lado bom e o lado ruim do Brasil é que temos muito a fazer em todas essas frentes", disse ela. Fernanda ressaltou que o custo de financiamento do Brasil para o investimento é "altíssimo" e para a inovação é ainda maior, por ser uma atividade mais arriscada. "A taxa de juros para o investimento inovador é um pouco mais alta." A pesquisadora ressaltou que os recursos públicos serão essenciais para a agenda de inovação avançar e citou que isso foi fundamental para os Estados Unidos no pós-guerra. O Brasil tem muito a fazer para melhorar a infraestrutura de inovação e reduzir a burocracia, destacou a pesquisadora. "Você não dá hoje a um pesquisador brasileiro alternativas de trabalho que não seja ser professor universitário." A especialista disse que há poucas instituições puras de pesquisa no Brasil onde se possa ter dedicação integral. "Nossa estrutura de pesquisa está muito centrada nas universidades." O Brasil forma menos engenheiros e outros técnicos e cientistas que outros países, ressaltou Fernanda de Negri durante o evento. "É um gargalo importante", disse ela. Para a pesquisadora, é preciso colocar a ciência e tecnologia no centro do debate e mesmo na educação de base. 

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