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Novo centro no Rio de Janeiro mostra expansão do modelo no País

Operadora Oi se uniu à IBM, Nokia e Oracle para reabilitar ecossistema carioca, afetado pela crise

Por Bruno Capelas
Atualização:
Revitalização. Mesmo em recuperação judicial, Oi priorizou investimento em novo centro Foto: Renata Mello/Oi

Até pouco tempo, espaços abertos para startups patrocinados por grandes empresas eram uma exclusividade paulistana. Há duas semanas, o Oito, criado pela Oi, começou suas atividades em Ipanema, no Rio de Janeiro e pode ser o primeiro de uma série de centros de inovação que podem se espalhar pelo País nos próximos anos, em ecossistemas importantes para empresas novatas de tecnologia em cidades como Belo Horizonte e Florianópolis. 

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Com parceiros como IBM, Nokia, Oracle e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), o Oito ocupa um prédio que já foi ocupado pela área técnica da operadora. Segundo Alexandre Castro, chefe de inovação da Oi, os custos para reformar o local vieram do orçamento já planejado pela empresa para este ano na área de pesquisa e desenvolvimento – hoje, a companhia passa por um processo de recuperação judicial. 

De acordo com o executivo, dois motivos nortearam a escolha pela cidade. Além da sede da empresa estar na capital fluminense, a meta da Oi é ajudar a renovar o ecossistema local de startups, que já foi o segundo maior do País, mas perdeu força com a crise estadual – no início do ano, o Rio perdeu a vice-liderança em número de startups para Minas Gerais, segundo dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups). “Existe uma característica de inovação no DNA do Rio de Janeiro que estava sendo pouco aproveitada”, diz Castro. 

O principal destaque do Oito é seu programa de incubação de startups, coordenado pelo Instituto Gênesis, ligado à PUC-RJ. Em outubro, a Oi vai selecionar iniciativas nas áreas de saúde, educação, “internet das coisas” e cidades inteligentes – cada empresa vai receber R$ 150 mil em investimentos e mentoria no espaço. O programa tem duração de doze meses – no final do processo, a Oi pode exercer a opção de investir de novo na startup, com a compra de até 10% de suas ações. 

Diversificação. A reportagem do Estado questionou especialistas e empresas que anunciaram seus centros recentemente na capital paulista se outras cidades foram ou deveriam ser levadas em consideração. 

A resposta foi quase sempre a mesma: na maioria dos casos, é melhor investir em São Paulo, o principal ecossistema de startups do País. “É onde está o capital, seja de investimento anjo ou de grandes fundos”, explica Maria Rita Spina, diretora executiva da Anjos do Brasil. 

Segundo ela, exceções podem surgir caso o centro ou a empresa “patrocinadora” tenha uma vocação. “Para uma empresa do agronegócio, talvez valha mais a pena abrir um centro desses em Piracicaba ou Uberlândia”, diz. Já para o fundador da aceleradora Startup Farm, Felipe Matos, o movimento que acontece hoje em São Paulo deve se espalhar pelo País em breve: “Belo Horizonte, Florianópolis e Recife já tem hoje um volume de empresas que merecem atenção de grandes empresas”, diz. 

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