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Samsung começa a operar 'carteira digital' no Brasil

Fabricante, que tenta usar serviço para diferenciar sua linha de smartphones, fechou parcerias com os principais bancos brasileiros

Por Claudia Tozzeto
Atualização:
Novo sistema de pagamento móvel da Samsung estreia no Brasil Foto: Reuters

A Samsung anunciou ontem que vai começar a operar no Brasil seu serviço de pagamento móvel, chamado Samsung Pay, em 19 de julho. O sistema é uma alternativa ao tradicional cartão de plástico, já que permite aos consumidores pagar pelas compras apenas aproximando o smartphone de máquinas de cartão. A empresa é a primeira a oferecer esse modelo de “carteira digital” no Brasil, mas está sendo seguida de perto por outras gigantes como Apple e Google, que já negociam com parceiros sua estreia no País.

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O Brasil será o oitavo no mundo onde o sistema vai operar, depois de nações como Estados Unidos e Coreia do Sul – somente nesses dois países, o serviço alcançou mais de 5 milhões de usuários nos primeiros seis meses. Por aqui, a fabricante fez parcerias com os principais bancos, entre eles Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander, além das bandeiras Visa e Mastercard – nem todas as categorias de cartões serão elegíveis na estreia, segundo apurou o Estado.

“O maior desafio foi explicar a tecnologia aos parceiros e convencer os bancos de por que faz sentido a Samsung entrar nesse segmento”, explicou Haley Kim, vice-presidente de negócios em dispositivos móveis da Samsung, em entrevista ao Estado (leia mais ao lado). Segundo a executiva da fabricante sul-coreana – que é líder em vendas de smartphones no mundo, segundo a consultoria Gartner –, a intenção não é lucrar com o Samsung Pay, mas diferenciar os produtos e impulsionar as vendas de smartphones da marca. Por isso, a empresa não cobra tarifas: nem dos bancos nem dos consumidores.

Apesar do grande número de parcerias no Brasil, nem todo mundo pode usar o Samsung Pay. O sistema é compatível apenas com os modelos mais avançados (e caros) da marca, entre eles o Galaxy S7, o Galaxy S6 Edge+ e o Galaxy Note 5 – nos Estados Unidos, a companhia faz testes com relógios inteligentes, mas essa modalidade não está liberada no País, ao menos por enquanto. Não é possível usar o Samsung Pay em dispositivos de outros fabricantes.

Para usar o serviço, o usuário precisa escanear todos os cartões com a ajuda da câmera do celular, para que o sistema da Samsung possa importar os dados, como número e validade, que ficam armazenados no próprio dispositivo de forma criptografada. O sistema permite o registro de até dez cartões diferentes, entre crédito e débito. Depois de o sistema verificar se os cartões são reais, o próximo passo é cadastrar a impressão digital ou uma senha, necessárias para autorizar as compras. 

Ao chegar a uma loja, basta aproximar o cartão da máquina de cartões para fazer o pagamento. O smartphone se comunica com o terminal por meio da tecnologia NFC (comunicação por proximidade, na sigla em inglês), disponível em 80% dos 4,4 milhões de leitores de cartão em operação no Brasil. Nas lojas onde não há máquinas compatíveis, o sistema usa outro protocolo, chamado MST (transmissão magnética segura, na sigla em inglês), para completar a operação.

Hábito. A nova tecnologia, porém, ainda precisa se provar: a maioria dos consumidores, já habituados ao uso do cartão de plástico, ainda não vê grandes benefícios em trocá-los pelo smartphone. “Não vejo como uma barreira à adoção do pagamento móvel, mas as pessoas precisarão criar o hábito de pagar pelas compras com o celular”, diz Haley.

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De acordo com pesquisa realizada pela consultoria Accenture com 4 mil pessoas, mais da metade das pessoas nos EUA e Canadá já sabem que seus smartphones podem ser usados como dispositivo de pagamento, mas só 8% utilizam serviços como o Samsung Pay. “Enquanto o setor não explicar por que pagar com o smartphone é melhor do que usar cartões de plástico, o hábito do consumidor não mudará”, disse o responsável pela área de dispositivos móveis da consultoria Concrete Solutions, ao Estado no final de junho.

A indústria como um todo parece ter um caminho longo pela frente para convencer um grande número de consumidores disso. “É preciso educar os consumidores”, diz Haley. “Por enquanto, acho que o pagamento móvel será uma opção para a maioria das pessoas.

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