Startups se unem para criar bloco de carnaval

Empreendedores querem usar oportunidade para desenvolver tecnologias

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Por Matheus Mans
Atualização:
O Chucrutes Zaidan já está ensaiando sambas e marchinhas para o bloco Foto: Gabriela Biló/Estadão

Chico Buarque já disse que faz “samba e amor até mais tarde”. Na Avenida Doutor Chucri Zaidan, centro tecnológico de São Paulo e que reúne empresas como Samsung e Vivo, as pessoas agora estão fazendo “samba, amor e tecnologia” até mais tarde. Empreendedores de startups instaladas na região criaram o Techfolia, uma iniciativa para unir samba e inovação, quebrando a monotonia dos prédios ao redor, aumentando a visibilidade para as empresas da região e dando uma nova cara para o Carnaval de rua de São Paulo. 

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“Samba e tecnologia têm tudo a ver”, afirma Gilliard Rodriguez – o Giba – sócio-diretor da startup Piattino, especializada em tecnologia para gestão de relacionamento com clientes. “A região da Chucri Zaidan está cheia de escritórios de tecnologia e inovação, mas é muito parada à noite e em feriados. Então, a gente resolveu colocar samba na avenida e, para manter as características do local, implementar soluções de tecnologia.”

Além de se divertir entre amigos, osempreendedores que participam do Techfolia se juntaram para tocar projetos em conjunto. Dentre as coisas que já estão saindo do papel está um aplicativo para acompanhar o Carnaval de Rua de São Paulo. O grupo também planeja eventos: eles vão organizar um bloco chamado Chucrute Zaidan e também pretendem criar outros dois encontros ao longo do ano para discutir tecnologia e inovação.

Mais de 15 startups com escritórios na região estão apoiando o projeto, como a desenvolvedora de aplicativos Digital Solvers, a startup especializada em monitoramento de botânica Floradata, a fintech Quitado e a startup de desenvolvimento de logotipos We Do Logos.

Segundo Giba, o alcance pode ir além: funcionários da Vivo, Oi e Napster – empresas também localizadas na região – conversam com o grupo e podem passar a integrar o bloco em breve. Nos ensaios do Chucrute Zaidan, ainda é possível encontrar um grande números de funcionários de empresas da região, como Oracle, Basf, Samsung e Deloitte – além, é claro, de pessoas ligadas ao samba, como um dos líderes do tradicional bloco de rua Jegue Elétrico, Emerson Boy.

“Olha que coisa linda, os executivos sambando, tirando foto”, mostra Giba para a reportagem do Estado, ao som de clássicos do samba, como O Telefone Tocou Novamente, de Jorge Ben Jor, e até mesmo adaptações do funk, como uma versão em samba de Malandramente, hit de Dennis e dos MCs Nandinho e Nego Bam. Executivos de gravata se misturavam a jovens de abadá. “Não adianta. Mesmo que a pessoa não goste do ritmo, ela vai mexer o ‘ombrinho’ quando o batuque do samba começa a soar na Avenida. Por isso a gente quer que a Chucri respire samba, enredo e tecnologia.”

Inovação. A ideia de Giba e dos executivos envolvidos no TechFolia não é só colocar o bloco na rua. Eles querem também usar os eventos para desenvolver tecnologias inovadoras para o Carnaval. Uma das ideias principais é transformar o bloco em um vídeo que as pessoas possam assistir com óculos de realidade virtual. O objetivo é oferecer às pessoas uma experiência mais imersiva no Carnaval. O grupo estuda parcerias com fabricantes para viabilizar o projeto.

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Eles também pensam em pulseiras de pagamento e até no “Tinder Folia” – uma versão do aplicativo de namoro especial para o Carnaval. “A tecnologia é o meio. E o samba é a essência. A gente quer transportar o samba por meio desse meio”, afirma Giba. “A gente quer juntar as empresas de tecnologia em uma só batida. Na batida do samba.”

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