Vale do Silício vai investir US$ 1 bilhão em inteligência artificial

Investidores e empresas do Vale do Silício farão investimento conjunto em centro de pesquisas para desenvolver aplicações da tecnologia

PUBLICIDADE

Por Redação Link
Atualização:

Reuters

 

PUBLICIDADE

Por John MarkoffTHE NEW YORK TIMES

Um grupo de importantes investidores do Vale do Silício e empresas de tecnologia anunciaram um investimento um centro de pesquisa sobre inteligência artificial para desenvolver “inteligência digital” que beneficiará a humanidade. Os investidores, entre eles o presidente da Tesla, Elon Musk; o cofundador do PayPal, Peter Thiel; e o cofundador e presidente do conselho do LinkedIn, Reid Hoffman, planejam investir US$ 1 bilhão nos próximos anos, mas vão desembolsar apenas um pequeno porcentual desse valor nos primeiros anos.

A organização, que vai se chamar OpenAI, será registrada como uma entidade sem fins lucrativos com sede em São Francisco, nos Estados Unidos. O objetivo de longo prazo será criar uma “inteligência artificial geral”, uma máquina capaz de realizar qualquer tarefa intelectual de um ser humano, segundo Musk. Ele também destacou que o foco do projeto serão tecnologias que aumentem a capacidade das pessoas, em vez de substituir os seres humanos.

O presidente da Tesla, que desenvolve tecnologias baseadas em inteligência artificial para carros, disse ter antigas preocupações a respeito da possibilidade de que a inteligência artificial possa ser usada para criar máquinas que possam se virar contra a humanidade.

Ele começou a discutir a questão neste ano com Hoffman, Thiel e Sam Altman, presidente do grupo de investimentos YCombinator. “Nós discutimos sobre o que seria a melhor coisa que poderíamos fazer para assegurar que o futuro seja bom”, disse o executivo. “Nós poderíamos ficar à margem ou participar fornecendo a estrutura necessária para pessoas que se preocupam profundamente com o desenvolvimento da inteligência artificial de forma segura e benéfica.”

“A inteligência artificial é uma das maiores oportunidades hoje. As aplicações específicas vão de carros que dirigem sozinhos, diagnósticos médicos e medicina de precisão personalizada até várias outras áreas de dados, análises e tomada de decisões em vários setores”, disse Hoffman por e-mail.

Publicidade

Dentre os apoiadores do projeto estão também Jessica Livingstondo, do YCombinator; Greg Brockman, ex-diretor de tecnologia do Stripe; assim como a Amazon Web Services, a subsidiária de serviços na nuvem da Amazon; e a Infosys, empresa indiana de consultoria e consultoria em software. O objetivo das pesquisas também atraiu um grupo de jovens pesquisadores neste campo. Os fundadores do projeto disseram que ainda não têm como fornecer detalhes sobre quem fez doações e quais foram os valores. O projeto será financiado ano a ano.

O diretor de pesquisa da Open AI será Ilya Sutskever, especialista do Google em aprendizado de máquinas. Brockman será o diretor de tecnologia. O grupo vai começar com sete pesquisadores, entre eles pesquisadores graduados que se destacaram, como as universidades de Stanford, da Califórnia, de Berkeley e de Nova York. “As pessoas que estão no grupo receberam ofertas substancialmente maiores trabalhar em outros lugares”, disse Musk.

Polêmica. Em outubro de 2014, Musk provocou controvérsia ao descrever, durante uma entrevista no MIT, a inteligência artificial como nossa “maior ameaça existencial”. Ele também declarou que “com a inteligência artificial, estamos convocando o demônio”. Musk disse que continua preocupado com a possibilidade de que os avanços da inteligência artificial possam trabalhar contra, em vez de a favor, da humanidade. “Há sempre algum risco de que na tentativa de avançar, possamos criar o que mais tememos”, declarou.

/TRADUÇÃO DE PRISCILA ARONE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.