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Impressão Digital

Uma coisa de cada vez

Um ano no comando no Link - um balanço

Por Alexandre Matias
Atualização:

Estou no Link desde 2007, quando o Guilherme Werneck deixou a função de editor-assistente do caderno e me chamou para ocupar sua vaga. Três anos depois, Guilherme voltou a trabalhar no Estadão, agora com o pomposo cargo de Editor de Pesquisa & Desenvolvimento do Estadão.com.br (traduzindo em miúdos ele é o um dos caras que ajudam o Doria a pensar a nova cara digital do jornal), e eu completo um ano como editor de fato do Link. Fui promovido em maio do ano passado e inicio este segundo ano tendo a certeza de que fechei um ciclo - e com chave de ouro.

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O desafio de cobrir tecnologia no século 21 é muito maior do que quando este tipo de publicação - o "caderno de informática" - começou a aparecer nos jornais do mundo, na virada da década de 70 para a de 80. O computador era uma novidade que prometia um futuro brilhante, mas ainda era passatempo de técnicos sem contato com o mundo exterior. Bill Gates e Steve Jobs não são dois dos maiores nomes deste universo senão pelo simples motivo de ter percebido que o microcomputador poderia atingir um público muito maior do que aquele dos nerds do período pré-cambriano, que deliram quando abrem um aparelho. Felizmente, este tempo passou.

Hoje tecnologia não é mais assunto para quem gosta de se esconder atrás sua falta de conteúdo atrás de descrições técnicas. Diz respeito a todos os habitantes do planeta, gostem disso ou não. Aliado à internet, o computador não só tornou-se onipresente em todas as principais atividades humanas como passou a reinventá-las uma a uma. Do campo à previsão do tempo, do mercado imobiliário à educação, da forma como tratamos os animais a como nos relacionamos hoje com amigos e parentes - tudo foi virado do avesso através graças a termos em inglês (e-mail, site, webcam, blog, software online) que já fazem parte do cotidiano de todos os outros idiomas. Inclua o celular entre o computador e a internet e temos um século que, em apenas dez anos, já mudou muito mais coisas do que algumas boas décadas do século passado.

O Link sempre viu a tecnologia com estes olhos. Nosso público não é formado apenas por executivos de empresas de tecnologia ou técnicos de computador - estes são minoria, como na vida. A maior parte do público do Link é gente que se interessa por tecnologia pelo fato de ela ter se tornado central no mundo de hoje. São pessoas que podem até ter estranhado a entrada do computador em seus lares, mas que hoje convivem e bem com o aparelho, dispostas a entender e a descobrir como o mundo digital pode mudar ainda mais o que vem por aí. Tanto que sempre insisto: tratamos tanto de tecnologia quanto de cultura digital.

Daí a importância da capa desta semana. Assinada pelo Guilherme Werneck - que já havia escrito o texto sobre o clipe novo da M.I.A. na edição passada -, ela fala do iPad longe das descrições técnicas, das vantagens tecnológicas ou do modelo de negócios da Apple. Guilherme o colocou em seu dia-a-dia e disse se valia à pena. Não é uma opinião pura e simples: hoje no Estadão.com.br é ele quem cuida, por exemplo, do desenvolvimento de aplicativos para o site. Usando o aparelho direto por três semanas, ele conseguiu até descobrir que o fato do tablet só fazer uma coisa de cada vez tem uma certa vantagem.

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(Eu discordo, mas o jornalismo também é feito de discordâncias.)

 Foto: Estadão

Para ilustrar a capa, convidamos a Veridiana Scarpelli justamente para fugir do estereótipo de matéria de teste de aparelho. Com seu traço leve e sua perspectiva lúdica, ela não só ilustrou um caderno de tecnologia com uma imagem que raras vezes vemos neste tipo de publicação como foi parar até na capa do Estadão da segunda-feira.

E sobre a avaliação do Guilherme, mas não sobre o iPad, eu concordo: é ótimo poder fazer uma coisa de cada vez. E apesar de, no Link, parecer que a gente faz tudo ao mesmo tempo (e de certa forma faz), fiquem tranquilos: cada coisa vem sendo feita de uma vez, na hora que tem que ser. E depois deste primeiro ano editando o caderno e o site, só posso dizer que as mudanças ainda estão começando...

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