Que o tablet é visto como o gadget do futuro, todo mundo sabe. Mas se habilitar a dar uma palestra sobre o futuro dos tablets é, no mínimo, uma ousadia.
Pois o diretor de operações da Pontomobi, Terence Reis, resolveu dissertar sobre o assunto nesta sexta-feira, 21, em um dos palcos de Inovação da Campus Party.
Começou, claro, por um slide "quem sou EU para falar disso" e dizendo que "quem souber exatamente qual é o futuro dos tablets, há vagas de CEO nestas duas empresas, Apple e Google". (Coincidência ou não, nesta semana, Steve Jobs se afastou por motivos médicos e a Google trocou de CEO).
A análise feita pelo profissional de mobile marketing foi uma mistura de dados e experiências pessoais. Falou sobre o sucesso do iPad, que tinha como previsões mais otimistas 10 milhões de vendas e chegou a 13 milhões. E também sobre os aplicativos -- afinal, é necessário conteúdo. Neste quesito, a App Store já tem 34 mil opções.
Para Terence, o iPad é um equipamento poderoso, amigável e com software personalizável. "O engenheiro terá um sistema específico. O médico terá outro".
E, no fundo, virou o novo "faz-tudo": livro, TV, revista e notebook. "A tendência é manter um PC em casa e usar o iPad no lugar do notebook".
Experiência pessoal
Ao contrário das palestras sobre internet - onde "usabilidade" é igual a "minha mãe usa", o palestrante usou como exemplo sua filha Catarina, de 3 anos. Em casa, ela se apropria do iPad do pai, já tem 128 apps (o favorito é o Cake Doodle), acessa YouTube e faz tudo sozinha.
"O toque e a navegação (drag & drop) são intuitivos. Quando minha filha vê meu laptop, quer tocar na tela e, como não responde, ela fecha e não quer usar", diz. "É bom porque favorece o lado pedagógico. Não preciso mais comprar 40 caixas de brinquedos".
Mudança de perfil
Obviamente, a palestra era de geek para geek, que são chamados no mercado de "early adopters". Eles são 13,5% dos consumidores, mas criam demanda necessária para aumentar a escala, reduzir o preço dos novos produtos tecnológicos que, só assim, chegam à maioria dos consumidores.
Para Terence, no entanto, o iPad não seguiu este caminho, atingindo diretamente todos os consumidores (geeks e maioria). "O iPad parece um 'iPhonão'. Essa familiaridade com um produto já existente eliminou a barreira para aceitação".
Futuro à vista
Entre suas conclusões, o palestrante aposta no fim da interface, no uso de plataformas específicas para cada tipo de usuário (médico, engenheiro, entre outros) e no fim do uso do Google como página inicial pois "já teremos o que buscamos em nossos apps" e coloca algumas questões a serem resolvidas: - O tablet será mais para diversão ou trabalho? - Seria um smartphone esticado ou um PC encolhido? - Será de plataforma fechada (como Apple) ou aberto (como Android)? - A navegação será por Web ou aplicativos?
Alguém se prontifica a responder?