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O lado livre da internet

A Apple e o Software Livre

Até a Apple está se envolvendo cada vez mais com o Software Livre!

10/12/2015 | 15h46

  •      

 Por CCSL


FOTO: Vegan Feast Catering

Por Nelson Lago*

A Apple é uma empresa curiosa. De suas origens como um projeto ousado de dois jovens com poucos recursos a uma das empresas mais lucrativas do mundo, um elemento que sempre foi fundamental para a empresa é a sua imagem revolucionária. Em 1984, ao lançar o Macintosh, ela preparou um anúncio propondo uma “revolução” contra a opressão (das grandes empresas de computação) na forma de seu novo computador. 20 anos depois, lançou uma reedição do mesmo anúncio, digitalmente modificado para incluir seu mais novo produto à época, o iPod. Em 97, lançou uma campanha publicitária baseada no slogan “Think different” (Pense diferente), desafiando a hegemonia das plataformas concorrentes. Ao lançar o iPad, Jobs explicou como o aparelho seria muito melhor que smartphones e laptops. Enfim, a ideia de “escapar das amarras” sempre fez parte da imagem da companhia.

No entanto, como acontece tantas vezes, as coisas são diferentes quando vistas de perto. Desde o lançamento do Macintosh, o sucesso da Apple se baseia em um modelo fechado de desenvolvimento. Em 1988, a empresa processou a Microsoft por ter “copiado” a interface gráfica do Macintosh (embora a própria Apple tenha se inspirado em trabalho anterior da Xerox). A criação de clones do Macintosh sempre foi bloqueada (exceto por um breve período entre 95 e 97). Atualmente, o proprietário de um iPhone só pode instalar programas em seu dispositivo se eles tiverem a chancela da Apple. Até mesmo os parafusos usados pela empresa fogem de padrões conhecidos, restringindo a possibilidade de terceiros abrirem os aparelhos produzidos por ela.

Não obstante isso, a Apple tem também relações com a comunidade de Software Livre. O núcleo do MacOS X (Darwin) foi originalmente derivado do Mach e do FreeBSD, mas continua sendo oferecido como software livre, assim como algumas ferramentas desenvolvidas pela Apple como extensões para ele (em particular, o CUPS). Ainda assim, essa relação sempre foi modesta: a adoção do modelo livre para o WebKit e o Darwin vem do simples fato de esses projetos já existirem anteriormente como software livre e seu uso não alterava em nada o modelo fechado dos componentes desenvolvidos com base neles.

Mas essa história parece estar começando a mudar. Após um anúncio feito alguns meses atrás, no dia 3 de dezembro a Apple disponibilizou formalmente a linguagem Swift como software livre. A linguagem Swift é a aposta da Apple para o futuro das aplicações em seus produtos e é, portanto, parte fundamental da estratégia da empresa. Para além da implementação necessária para o uso em seus dispositivos, ela ofereceu também uma versão funcional para Linux, provavelmente com vistas a incentivar seu uso em servidores que irão interagir com aplicativos para iPhones, iPads etc. A expectativa é que a comunidade tome para si a tarefa de implantar a linguagem em outras plataformas (como o Windows).

O importante nessa mudança de paradigma, no entanto, é a surpresa que alguns ainda parecem sentir ao descobrir o alcance do Software Livre. O anúncio da Apple deu ensejo a uma coluna na revista wired intitulada “Open Sourcing Is No Longer Optional, Not Even for Apple” (abrir o código não é mais opcional, nem mesmo para a Apple). Realmente, há uma mudança de paradigma acontecendo na computação; no entanto, ela já começou há muito tempo. Talvez o colunista tenha razão: o que há de novo é que, com a exigência cada vez maior do mercado por soluções livres, cada vez mais abrir o código não é mais opcional.

* Nelson Lago é gerente técnico do CCSL-IME/USP.

Sobre o Blog

Alfredo Goldman, Fabio Kon e Nelson Lago são pesquisadores do Centro de Competência em Software Livre da USP e além de acreditar em todo o potencial de software livre, são responsáveis pela curadoria dos posts deste blog feitos por membros de toda a comunidade do CCSL.

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