No final de 2016, a Free Software Foundation enviou a seus associados uma mensagem de fim de ano na qual Richard Stallman apresenta por que a fundação ainda tem muito trabalho a fazer e incentivando as pessoas a doarem. A seguir, os pontos principais levantador por Stallman:
"Todos os telefones celulares comerciais exigem software restrito (no processador do modem que se comunica com a rede de telefonia) que inclui a possibilidade de acesso remoto: ele pode ser modificado remotamente através da rede celular. Deveria ser um crime fabricar um produto desse tipo, mas não é.
Com fundos, a FSF poderia lançar uma campanha para transformar essa prática em crime. Com fundos, a FSF poderia desenvolver um telefone celular que isole esse processador de maneira a tornar o telefone, ao menos em parte, seguro para o uso."
"Em outra área da computação, muitas páginas web contém software não-livre (enviado na forma de código JavaScript) que são instalados e executados no navegador do usuário. Em muitos casos, esse código espiona o usuário.
Com fundos, a FSF poderia desenvolver interfaces livres para permitir a usuários da Internet acessar vários serviços web importantes sem utilizar software restrito."
"Ao mesmo tempo, a liberdade é ameaçada até no nível do processador dos PCs. A geração atual dos processadores da Intel e da AMD são projetados com mecanismos perversos de acesso remoto que não podem ser desabilitados pelo usuário (nos processadores Intel, é o "management engine"). Nenhum usuário deveria confiar nesses processadores.
Com fundos, a FSF poderia fazer campanha para pressionar essas empresas a oferecer um mecanismo para desabilitar essa funcionalidade."
Há quem diga que esses problemas não são tão sérios assim.
Há quem diga que estamos em um caminho sem volta.
E há aqueles que colaboram com a Free Software Foundation!
* Nelson Lago é gerente técnico do CCSL-IME/USP