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O lado livre da internet

Até tu, Brutus?

Até a Microsoft, quem diria, tem flertado com o Software Livre!

Por CCSL
Atualização:
 Foto: Estadão

Por Alfredo Goldman*

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Pois é, quem diria! Acabo de sair de uma palestra da Microsoft sobre Software Livre aqui na Universidade da Califórnia, Irvine. Ou melhor, corrigindo: a palestra foi de uma diretora da Microsoft Research, braço da empresa dedicado à pesquisa. Um dos produtos mais famosos que teve origem na Microsoft Research foi o Kinect, que fez bastante sucesso no mundo dos jogos. Mas também há outros e bastante pesquisa original é feita lá.

Logo no início da palestra, Judith Bishop deixou claro que software livre não é mais tabu para eles: não só os funcionários podem usar código aberto livremente como também são incentivados a fazê-lo. Em outras palavras, para que reinventar a roda?

Entre outros tópicos, ficou claro o engajamento deles com a comunidade de software livre: por exemplo, o presidente da Apache Software Foundation é funcionário da Microsoft Research. Também há um grande número de ferramentas que são disponibilizadas de especial interesse para as universidades (a lista completa pode ser encontrada no site do grupo).

Eles não chegam a ter uma dedicação formal pré-definida, como 20% do tempo de cada um para a comunidade, mas com certeza perceberam o potencial da colaboração e o usam a seu favor. Inclusive, uma possível aposta futura é em um novo modelo de negócio baseado em Software Livre. Na medida em que a Microsoft é uma empresa que sabe gerir muito bem seu negócio, é de se esperar que em breve tenhamos mais um exemplo de sucesso comercial com Software Livre.

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Outra passagem interessante foi quando ela comentou sobre as ferramentas de criptografia, como o SEAL: ela deixou claro que há tanta confiança na forma com que o código foi feito e no esquema de chaves que não há razão para esconder o código para aumentar a segurança.

Logo, sim, continua fazendo sentido acreditar que o crescimento comercial do Software Livre prossegue com vigor e deverá abarcar cada vez mais mesmo as empresas mais tradicionais. Mas é bom lembrar que há bem mais na Microsoft que o setor de pesquisa...

* Alfredo Goldman é Professor de Ciência da Computação no IME/USP e diretor do CCSL-IME/USP

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