• Estadão
  • Opinião
  • Política
  • Economia
  • Internacional
  • Esportes
  • Brasil
  • São Paulo
  • Cultura
  • PME
  • Jornal do Carro
  • E+
  • Paladar
  • Link

Link Estadão

 
  •  inovação
  •  cultura digital
  •  gadgets
  •  empresas
  •  games
Assine Estadão
formulário de busca
Imagem Código Aberto

Código Aberto

O lado livre da internet

Em busca da verdade

Vamos acabar com as notícias falsas na Internet?

15/12/2016 | 13h39

  •      

 Por Nelson Lago

FOTO: Edgar Jiménez

Uma das mudanças importantes que a Internet trouxe depois de sua massificação foi a transformação na nossa relação com aquilo que costumamos chamar de “notícias”. Antigamente, o cidadão era assinante de um jornal ou telespectador de um canal de televisão, veículos responsáveis pelo trabalho editorial de selecionar temas de interesse, verificar informações e contrastar opiniões com vistas a apresentar os assuntos relevantes de maneira razoavelmente abrangente. Esse trabalho permitia (ou deveria permitir) ao leitor/espectador compreender os diversos aspectos de cada questão e formar uma opinião. Era papel do cidadão escolher os veículos que considerava melhores, tanto na escolha das matérias a abordar (política, aspectos profissionais, entretenimento etc.) quanto na abordagem dessas matérias.

É claro que esses veículos ainda existem e continuam cumprindo esse papel. No entanto, a Internet trouxe um novo agente à baila: “todos”. De um lado, a Internet permite a qualquer um criar um blog ou página pessoal com qualquer conteúdo que se torna imediatamente acessível a qualquer um — ou seja, com muito mais abrangência que um pequeno folheto, única possibilidade até poucos anos atrás. De outro, dado o enorme volume de dados disponíveis, sistemas como o Facebook ou o Twitter tornam cada usuário um editor que seleciona e recomenda materiais para seus “amigos”, com grande impacto sobre eles.

Essa nova realidade trouxe uma consequência inesperada: se antigamente havia “lendas urbanas” e outras histórias de veracidade duvidosa, sua relevância era relativamente pequena. Atualmente, no entanto, notícias falsas são criadas e se espalham com velocidade e impacto muito maiores. O tema ganhou destaque nos EUA porque muitos consideram que notícias falsas influenciaram as eleições americanas, culminando na eleição de Donald Trump, o que levou a google e o facebook a investigarem meios de resolver o problema. A dificuldade, claro, está em separar o joio do trigo: o que constitui uma notícia falsa, uma notícia verdadeira mas com exageros ou uma opinião polêmica?

Há muito a ser dito sobre esse assunto, mas gostaria de abordar aqui apenas um aspecto. O pensamento por trás desse debate pressupõe que empresas como Facebook, Google e Twitter agem como editores e devem se comportar como tal, reproduzindo no contexto online uma mecânica similar à tradicionalmente usada em outros veículos de comunicação em massa. Para além das dificuldades técnicas, no entanto, isso há de reproduzir nesses meios as mesmas distorções que existem na mídia tradicional: publicações alternativas, que podem trazer visões incomuns ou temas raramente abordados, terão espaço reduzido; pontos de vista discordantes da maioria serão relegados ao segundo plano.

Tomando um exemplo recente, há uma parcela significativa da população brasileira que chama de “golpe” o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Dado que o processo seguiu os trâmites legais, no entanto, os principais veículos de comunicação não usam essa palavra para se referir ao caso. Tratando-se ou não de um golpe, a filtragem de conteúdos que defendem esse ponto de vista como “notícia falsa” (ou de pouca confiabilidade) seria extremamente preocupante.

O fato é que a mídia tradicional nunca cumpriu seu papel a contento: o conteúdo de qualquer publicação é inescapavelmente enviesado, tanto na escolha dos temas quanto na sua apresentação. A verificação factual por fontes “confiáveis” continua sendo parte fundamental do trabalho dos jornalistas, mas talvez seja hora de entendermos que o trabalho de editoria não pode ser terceirizado: cabe a cada um de nós buscar a veracidade das informações.

* Nelson Lago é gerente técnico do CCSL-IME/USP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.

Assine o Estadão Já sou Assinante

Sobre o Blog

Alfredo Goldman, Fabio Kon e Nelson Lago são pesquisadores do Centro de Competência em Software Livre da USP e além de acreditar em todo o potencial de software livre, são responsáveis pela curadoria dos posts deste blog feitos por membros de toda a comunidade do CCSL.

Mais lidas

  • 1.Novo Hyundai i20 é revelado e mostra o design que o HB20 gostaria de ter
  • 2.Reino Unido inaugura seu primeiro posto de carregamento para veículos elétricos

Blogs e colunas

  • Pedro Doria 

    Pedro Doria

    O TikTok matou as redes sociais

  • Felipe Matos 

    Felipe Matos

    Falta de diversidade no ecossistema de inovação exige ação

  • Demi Getschko 

    Demi Getschko

    A internet deve ser expandida, mas é preciso ficar atento aos riscos

  • Camila Farani 

    Camila Farani

    Momento atual das startups exige reinvenção

Mais em Blogs e Colunas
  • Meu Estadão
  • Fale conosco
  • assine o estadão
  • anuncie no estadão
  • classificados
  •  
  •  
  •  
  •  
  • grupo estado |
  • copyright © 2007-2022|
  • todos os direitos reservados. Termos de uso

compartilhe

  • Facebook
  • Twitter
  • Linkedin
  • WhatsApp
  • E-mail

Link permanente

{{ $dfp_banner['x44'] or '' }}