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O lado livre da internet

O Android é livre?

Por CCSL
Atualização:

Por Antonio Deusany de Carvalho Junior

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Tecnologias móveis estão ganhando cada vez mais espaço no cotidiano das pessoas. Com relação a isso podemos citar uma pesquisa realizada pela Canalys sugerindo que o mercado de Tablets irá ultrapassar o mercado de PCs em 2014. O surgimento desses dispositivos, por sua vez, acarretou o desenvolvimento de ambientes de software específicos para eles. O Android, um dos mais populares atualmente, deve pelo menos parte de sua enorme adoção ao fato de ser Software Livre.

O sistema Android foi lançado em 2007 pela Google em conjunto com outras empresas interessadas em promover padrões abertos para dispositivos móveis, e desde então não para de difundir-se pelo mundo. Diversos novos dispositivos são lançados constantemente no mercado contemplando todos os tipos de consumidores. Isso é facilitado principalmente pelo fato de o sistema ser disponibilizado com seu código aberto, permitindo que qualquer empresa crie aparelhos com ele.

No entanto, apesar de grande parte do código do Android ser livre, praticamente todos os dispositivos vendidos com o sistema incluem também uma parcela de código fechado (principalmente drivers e aplicações adicionais). Esse fato tem sido criticado por membros da comunidade de SL que esperavam ter uma maior liberdade através do Android.

Para além dos trechos de código não-livre incluídos, outros aspectos do gerenciamento do Android pela Google não seguem nenhum dos modelos de desenvolvimento de SL tradicionais. Alguns desses pontos importantes foram citados em um relatório apresentado pela Vision Mobile. Caso você não seja funcionário do projeto Android na Google, suas possibilidades de contribuição para o sistema caem para quase zero. Códigos recentes só podem ser disponibilizados quando uma nova versão do sistema é concluída, havendo a possibilidade de essa disponibilização não ocorrer por motivos diversos (como ocorreu na versão 3.0 do Android, o Honeycomb). Por mais que existam listas de discussão sobre diversas partes do sistema, as decisões a serem tomadas com relação ao projeto são realizadas pela equipe da Google levando apenas seus próprios interesses em consideração.

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Finalmente, não á informações públicas sobre problemas existentes a serem corrigidos (bugs), sobre o processo de desenvolvimento, ou sobre ideias para o futuro, o que pode resultar em problemas de segurança (como já houve com versões de Android da HTC e Samsung) e deixa a comunidade mais na expectativa do que na ativa. Como resultado disso, temos que alguns usuários passam a utilizar versões mais abertas do sistema, como o CyanogenMod.

Por outro lado, comparando o Android com seus concorrentes, ele é certamente muito mais aberto. Em outras plataformas, além de ser necessário pagar para se tornar desenvolvedor, às vezes também é preciso submeter cada aplicação a uma avaliação prévia por parte da empresa responsável. Essa avaliação não necessariamente se resume a questões técnicas, mas pode também atingir o conteúdo, e qualquer semelhança com censura prévia não é mera coincidência.

Mesmo com as deficiências citadas acima, vale citar que o Android não para de alcançar nova marcas no mercado de smartphones, superando 80% dos dispositivos vendidos na primeira metade do segundo semestre de 2013 (segundo a IDC). Esse êxito torna o Android um dos melhores exemplos de como a filosofia do SL pode colaborar com a popularização de um sistema.

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