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David Pogue

Deu no New York Times

A bicicleta elétrica redesenhada

A YikeBike leva o conceito da Segway a diante

04/02/2011 | 09h32

  •      

 Por David Pogue

Esta semana, a maioria das pessoas na Costa Leste estava enfurnada em casa, preparada para a quarta Tempestade de Neve do Século deste inverno. Quanto a mim, eu estava rodando numa YikeBike em torno do salão de um hotel (assista ao vídeo aqui). E vou ser franco com vocês: tive uma espécie de momento Segway.

Lembram dele? Depois que o inventor Dean Kamen fez demonstrações secretas de seu patinete motorizado para figurões da indústria, as reações embasbacadas deles incluíram observações como, “eles vão redesenhar cidade para essa coisa.”

Claro, o Segway nunca se tornou tão comum quanto a bicicleta, e a YikeBike tampouco o será. Mas que ideia bem bolada.

É uma bicicleta elétrica. A velocidade máxima é cerca de 24 quilômetros por hora. O acelerador e os freios são suavemente controlados por botões que ficam no guidão bem embaixo dos seus polegares. Os próprios guidões ficam ao nível da sua cintura, o que parece estranho mas faz sentido — você roda sentado com o corpo completamente ereto em vez de se curvar para a frente, como numa bicicleta. Esse design também significa que você pode saltar para a frente da bicicleta numa crise; não há nenhuma ferragem no seu caminho.

Eis o truque: a coisa toda se dobra para o interior de sua roda dianteira. Você solta quatro fechos de aço inox, e abre a roda traseira, selim e guidão na da frente. Leva apenas dez segundos.

A YikeBike é perfeita, portanto, para cobrir aquela distância entre a sua casa e a estação de trem. Você pode dobrá-la e acomodá-la ao seu lado no trem, depois desdobrá-la e rodar até seu escritório na outra ponta.

Em outras palavras, esta não é uma bicicleta que você prende num poste na frente do seu escritório; é uma bicicleta que você dobra e leva para o escritório.

A YikeBike percorre 9,6 quilômetros  com uma carga (cerca de US$ 0,06 de eletricidade). Isso pode não parecer muito, mas lembre-se de que precisa carregá-la para dentro com você. Por exemplo, você pode simplesmente plugá-la perto de sua mesa de trabalho. Ela recarrega 80% em 20 minutos, completamente em 40 minutos.

Ela pesa cerca de 10 quilos, menos da metade do peso de uma bicicleta elétrica típica. O ponto de equilíbrio é diferente do de uma bicicleta comum, porque a roda da frente fica praticamente embaixo de você. Grant Ryan, o neozelandês que a inventou, diz que geralmente leva meia hora para dominar seu uso; eu precisei de quatro tentativas para rodar sem ter de colocar o pé no chão para me endireitar.

(Nossa ideia original era eu tentar rodar na YikeBike num estacionamento de hotel. Por conta do tempo gelado, nós migramos para dentro, para o salão de festas. O pessoal do hotel se mostrou apreensivo demais ou amigável demais para ligar para o espetáculo).

A bicicleta está cheia de recursos de segurança. Por exemplo, ela acende por todo lado para ficar visível para carros. Os sinais para virar para a esquerda ou a direita que tanto piscam como emitem bips são controlados por botões instalados nos guidões, de modo que você nunca precisa tirar suas mãos deles. Ryan diz que a YikeBike é o primeiro veículo elétrico do mundo com freios antiderrapantes eletrônicos, o que lhe proporciona uma distância de parada menor que uma bicicleta com freios ferradura.

A bicicleta também produz um zumbido bastante alto quando em movimento. Ryan diz que poderia ter abafado o som, mas que é mais seguro a bicicleta anunciar sua presença para outros viajantes e pedestres.

Então, por que a YikeBike não será um sucesso estrondoso? Bem, primeiro porque ela custa US$ 3.600 (você pode comprá-la em yikebike.com). E  custa tudo isso porque deve seu peso leve a um estrutura de fibra de carbono, que tem de ser feita à mão. Ryan espera criar no futuro uma versão de alumínio que custara bem menos.

Você pode parecer bastante estranho andando na YikeBike, também. Ela é perfeitamente confortável e muito estável depois que se pega o jeito, mas você vai atrair alguns olhares. Ela não é para os constrangidos. De mais a mais, como ela é pequena, não tem bagageiro nem cesto. Se quiser carregar alguma coisa, você terá de usar uma mochila. (Ryan me mostrou, porém, uma ideia engenhosa: a caixa de acondicionamento da bicicleta em breve poderá ser capaz ser enganchada na traseira da bicicleta, criando um reboque.)

No geral, é espantoso que essa ideia, e esse design radical, possam funcionar tão bem. Cada detalhe do design foi certamente bem pensado. A gente se habitua rapidamente à aceleração e à frenagem, por exemplo.

Não sei bem quantos compradores a YikeBike conseguirá por US$ 3.600. Mas eu realmente admiro a máquina elegante, ecológica e dobrável de Ryan e desejo-lhe toda a sorte.

/ Tradução de Celso M. Paciornik

* Texto originalmente publicado em 03/02/2011.

    Tags:

  • bicicleta
  • crítica
  • elétrica
  • gadgets
  • segway
  • YikeBike

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