Como você vê a questão de mulheres e tecnologia no Brasil, comparada a países como o Canadá, onde surgiu a CLAG, e os EUA?
Esta é uma questão difícil no mundo todo. Há várias iniciativas de inclusão na América do Norte e na Europa, e temos algumas empresas multinacionais se posicionando a favor da diversidade no Brasil. No entanto, por aqui, minha visão é que estamos aquém do mercado internacional nestas iniciativas, e temos um ambiente muito sexista. Procurando os grupos de mulheres em TI no Brasil, que já são poucos, há muitas histórias de horror, de todas nós, passando por "não confio em mulher programando" até assédio sexual do mais grotesco. Com esse cenário, iniciativas que fomentem a participação das mulheres são imprescindíveis, porque a diversidade comprovadamente tem efeitos positivos para as empresas e para o mercado, tanto do ponto de vista financeiro quanto humano. Há vários estudos que comprovam isso, mas indico este vídeo aqui para quem quiser se informar mais sobre o assunto.
Quais são as suas dicas para meninas e mulheres que querem trabalhar no mercado de tecnologia?
- Tenham redes de apoio. É muito mais fácil se você se vir sozinha em situações difíceis;
- Entrem com a consciência de que, para serem reconhecidas, vocês terão que fazer um trabalho muito melhor do que seus colegas do sexo masculino;
- Apoiem outras mulheres, não cedam ao sexismo;
- Lutem contra a síndrome do impostor;
- Leiam Lean In, da Sheryl Sandberg.
Além da página em português da CLAG, que outros sites e conteúdos você recomenda para quem quer se informar sobre tecnologia?
Depende do interesse. Pedi ajuda do meu time para indicar uma lista mais abrangente. Sobre gestão de produtos digitais, que é a minha praia, recomendo os sites Mind the Product e Silicon Valley Product Group. Para tecnologia em geral, gosto do Tech Crunch, The Verge, Mobile Time, Gizmodo e Wired.