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Inovação e cultura maker contada por mulheres

O longo caminho para as mulheres estarem no comando das empresas

Um dos maiores desafios da mulher na busca pela posição de liderança em empresas é o fato de ser mulher. Vários são os números que confirmam tal afirmação: de acordo com um relatório da Contratado.me, que analisou sua própria plataforma para apresentar os resultados sobre desigualdade de gênero, as mulheres recebem 14% menos abordagens para entrevistas do que os homens. Em relação ao salário, a pesquisa mostrou que em cargos seniores, as empresas oferecem 30% a menos para as mulheres. Os números, entre tantos outros, refletem a disparidade existente na oferta de oportunidades, e apesar da questão da diversidade de gênero fazer parte da pauta empresarial, o cenário mudou muito pouco.

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Por Maria Lab
Atualização:

Todas essas questões influenciam diretamente no desenvolvimento profissional dessas mulheres. Ao perceberem a hostilidade do mercado, elas se sentem desmotivadas e apresentam pretensões salariais menores que as masculinas. É o que mostra a pesquisa: 19,6% a menos, gerando um efeito dominó, uma vez que as empresas se baseiam no salário anterior de um candidato, tendem a perpetuar a desigualdade salarial entre homens e mulheres.

Pesquisa da Contratado.me Foto: Estadão

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Entender esses desafios pode ser o primeiro passo para trabalhar em iniciativas que visem a equalização dessas diferenças. A mulher encontra dificuldades desde a sua formação (79% delas desistem do curso de Tecnologia da Informação no primeiro ano), passando pelo ingresso no mercado de trabalho (cerca de 41% abandonam a área no início da carreira) e o crescimento dentro de empresas(27% das mulheres na tecnologia se sentem estagnadas em suas carreiras). Ser questionada sobre suas capacidades, não ser contratada pela simples possibilidade de ser mãe, não ter plano de carreira na empresa são apenas alguns dos problemas que encontram ao longo da jornada profissional. E esse processo de igualdade é uma via de mão dupla: empresas com pelo menos 30% de mulheres em cargos de liderança podem crescer até 15% a mais, se comparadas com outras do mercado. E então, o que falta para esse contexto ser mudado?

Para a mulher falta respeito, empatia, estabilidade, plano de carreira e políticas claras de anti-assédio. Não só o mercado precisa de uma transformação, mas também a academia e a sociedade civil como um todo. Diversas organizações têm trabalhado para atingir a paridade de gênero, e entre elas está a UPWIT, que no mês de abril deu início a uma sequência de trabalhos voltados à liderança feminina na área de tecnologia. Primeiro, a campanha #FuturasLíderes ganhou destaque por divulgar depoimentos de mulheres referências e mulheres que estão iniciando suas carreiras no setor, com o intuito de inspirar umas às outras. Agora, lançam o evento gratuito Mulheres Líderes na Tecnologia, que acontece no dia 27 de maio, das 10h às 18h no CUBO, e tem como proposta oferecer mentoria e orientação de carreira para mulheres que estão em busca de oportunidades no ramo de tecnologia e aprimoramento às estratégias das empresas para a contratação de mais mulheres para as suas áreas de TI.

As inscrições estão encerradas, mas o objetivo das organizadoras é produzir um e-book com os insights do evento, que será disponibilizado gratuitamente nas redes, de forma a contribuir não só com o crescimento profissional das mulheres, como também com as empresas que querem alinhar suas estratégias de forma relevante junto a questões como essa.

*Fernanda Coelho é Redatora na UP[W]IT e membro-colaboradora do MariaLab.

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