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Inovação e cultura maker contada por mulheres

O que inovação tem a ver com diversidade no design de produtos?

E se desenvolvêssemos soluções mais sustentáveis que satisfizessem a todos? E se tivéssemos uma aplicação web para democracia popular que incluísse a perspectiva de gênero como parte das melhorias para o seu desenvolvimento? E se mulheres se sentissem mais empoderadas a consertarem seus próprios equipamentos fazendo parte da solução?

Por Carine Roos
Atualização:

Não é difícil entender por que grande parte dos produtos e serviços desenvolvidos pelas indústrias e consultorias não satisfazem as mulheres: há uma grande disparidade entre quem consome e quem produz tecnologia. Mulheres possuem 85% de influência nas decisões de compra, mas possuem baixo envolvimento efetivo na concepção, design e implementação desses produtos. Apenas 15% das mulheres trabalham como engenheiras na indústria e apenas 22% estão em cargos de liderança.

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O viés de gênero em produtos e serviços não impacta apenas as mulheres, mas todos. E tende a beneficiar a todos independentemente do gênero. Um novo relatório do Instituto Global McKinsey concluiu que US$ 12 trilhões seriam adicionados ao PIB global até 2025, caso houvesse uma maior promoção da equidade de gênero nos países analisados. O estudo mapeou 15 indicadores de equidade de gênero para 95 países e descobriu que 40 deles têm altos ou extremamente altos níveis de desigualdade em pelo menos metade dos indicadores. Eles se dividem em quatro categorias: igualdade no trabalho, serviços essenciais e facilitadores de oportunidades econômicas, proteção legal e voz política, segurança física e autonomia.

Consultorias de design e engenharia criam produtos para um mercado global, mas os times raramente possuem diversidade que reflita perspectivas globais. Para ilustrar essa questão, vale mencionar os aplicativos de saúde existentes no mercado, cujo cuidado com a saúde da mulher muitas vezes se resume apenas ao planejamento da gravidez e não a questões mais amplas como a saúde reprodutiva das mulheres.

Vale mencionar ainda um estudo publicado em maio de 2016 no Journal of The American Medical Association sobre os assistentes pessoais eletrônicos que trabalham por meio de reconhecimento de voz, utilizando tecnologia de inteligência artificial, como o Siri (da Apple), Google Now, Samsung's S Voice, e Microsoft Cortana. Esses assistentes estão bastante preparados para lidar com casos em que há indícios de ataque cardíaco por parte do usuário, ou até mesmo menção a suicídio, nesses casos os assistentes foram programados para ligar para linhas de emergência e de apoio psicológico. Entretanto, caso a vítima informe "Fui estuprada" ou "Sofri abuso sexual" a resposta padrão desses assistentes é "Eu não sei o que é isso", ou seja, não foram pré-programados para tratar desse tipo de necessidade.

 Foto: Estadão

Design Para Todos:

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Co-organizado pela UP[W]IT e pelo Coletivo Mola, o evento "Design For All" (Design Para Todos) terá como tema três pilares: design, equidade de gênero e o desenvolvimento de produtos e soluções mais sustentáveis. Ele acontecerá no dia 03/DEZ (sábado), das 09h às 18h, no espaço Samsung Ocean, localizado no prédio da Engenharia de Produção da Poli - USP.

Durante a manhã teremos um painel em formato de Aquário (Fishbowl) onde as painelistas e as participantes trocarão informações e experiências sobre inovação e diversidade e como equipes mais inclusivas podem criar produtos e serviços mais inovadores. Na parte da tarde teremos uma atividade mais mão na massa, onde as participantes, divididas em equipes multidisciplinares, darão inputs e insights sobre aplicativos e serviços já existentes com o objetivo de valorizar a inovação pela diversidade. Ao final do dia será feita uma apresentação das equipes com os resultados colhidos. Inscrições abertas e gratuitas: http://bit.ly/UPWIT-DesignForAll

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