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Tudo sobre o ecossistema brasileiro de startups

Singapura: conheça o ecossistema de Cidade-Estado com 100 vezes mais investidores que o Brasil

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Por Felipe Matos
Atualização:

Imagem: Estátua símbolo nacional de Singapura. (Af scottgunn. CC BY NC 2.0)  

Com a extensão territorial pouco maior que a cidade de Florianópolis (700 km quadrados) e população menor que a grande Belo Horizonte (5,6 milhões de pessoas), Singapura é uma Cidade-Estado que se tornou um dos principais centros de negócios do sudeste asiático.

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Tive a oportunidade de visitar o país para representar o Brasil na  SWTICH, semana tecnológica promovida no país, que é um dos maiores eventos de tecnologia da região. Os números impressionam. O país tem cerca de 600 firmas de investimento, enquanto o Brasil tem 220. Portanto, em termos proporcionais à população, Singapura tem 100 vezes mais investidores que o Brasil. Se olharmos pelo número de empresas, Singapura conta com cerca de 4 mil startups, enquanto o Brasil tem cerca dde 20 mil. Mas em termos proporcionais ao tamanho da população, o país asiático está mais de 10 vezes adiantado.

Somam-se a esses números a melhor educação do mundo, segundo o Pisa, uma universidade entre as top 10 mundiais em pesquisa e uma cultura ocidentalizada, que fala inglês, é aberta aos negócios e possui um dos melhores ambientes do mundo para se abrir e manter empresas, com uma série de incentivos e benefícios tributários. Não à toa, o país tem atraído cada vez mais investimentos, impulsionado também pela migração de capital de Tawian para a Singpura,  por conta das tensões crescentes entre o primeiro e a China.

Parece que o país começa a descobrir a América Latina. Com características sociodemográficas similares, muitas soluções tecnológicas criadas por aqui podem navegar bem pelo sudeste asiático. E vice-versa. É o caso da Zero Esgoto, startup brasileira que se apresentou no estande do Brasil no evento, organizado pelo Ministério das Relações Exteriores, através da Embaixa do Brasil em Singapura. Com uma solução biotecnológica para o tratamento de esgoto, que não consome energia e nem gera resíduos, a empresa conversou com diversos potenciais investidores e parceiros na região, que compartilha com o Brasil diversos problemas ligados ao saneamento básico. Não é exatamente um problema de Singapura em si, mas o país acaba funcionando como centro de negócios e financeiros, e plataforma de captação de investimentos e lançamento de soluções para todo o sudeste asiático, que inclui países com realidades semelhantes à brasileira, como Indonésia, Malásia e Filipinas.

Singapura também faz grandes investimentos nas áreas médicas e de deeptechs. É a área da Celluris, outra startup brasileira que se apresentou no evento e que desenvolve uma terapia para tratamento de câncer que usa células de defesa do próprio paciente, geneticamente modificadas para combater o tumor. Por fim, o Brasil contou ainda com uma terceira representante, a DeskMy, que criou uma espécie de metaverso para o trabalho, capaz de simular o trabalho "lado a lado" num escritório virtual, cheio de recursos interativos.

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O interesse por aqui na região parece crescente, já que segundo a Embaixada brasileira de Singapura, mais de uma centena de startups brasileiras se inscreveram para participar da missão, um número muito expressivo e superior a missões semelhantes em mercados mais próximos, como o norte-americano. Por isso, no próximo ano a delegação brasileira deverá aumentar, com a realização de uma edição do programa Start-Out Brasil, iniciativa da Apex Brasil em parceria com o Sebrae, voltada para aquele país.

 

 

 

 

 

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