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Pensar no celular em primeiro lugar já é uma regra para todos

10% das buscas são feitas em smartphones

30/09/2012 | 19h00

  •      

 Por Filipe Serrano

Publicado no Link em 1/10/2012.

10% das buscas são feitas em smartphones

Era fevereiro de 2010 e eu estava em Barcelona para cobrir o Mobile World Congress para o Link. Uma das palestras mais aguardadas do maior evento do setor de telefonia móvel era a do então CEO do Google, Eric Schmidt. Faltavam uns 15 minutos para a palestra começar até que enfim encontrei o salão onde seria a apresentação. Era muito fácil se perder nos enormes pavilhões. Mesmo em cima da hora, a entrada ainda não tinha sido aberta. Com o passe de imprensa, atravessei a fila de centenas de pessoas que se alinhavam para entrar no auditório e consegui um lugar na primeira fileira de assentos.

Foi lá, num auditório lotado com centenas de executivos da indústria de celular, que vi o presidente de uma das maiores empresas de internet dizer pela primeira vez que o lema do Google havia mudado para “Mobile First” (celular em primeiro lugar). A frase em inglês era exibida no centro do telão e, ao redor, era traduzida em outras línguas. Ela se tornaria um bordão da empresa. Ainda que smartphones já fossem moda na época, aquele era um posicionamento forte do Google. A partir de então, a empresa passaria a desenvolver seus produtos sempre pensando, em primeiro lugar, nos usuários de celular.

Lembrei da cena na semana passada ao participar da nona edição do encontro App Date São Paulo, voltado ao setor de aplicativos, para o qual o Link fez o apoio editorial. Um dos palestrantes convidados foi Peter Fernandes, diretor de mobilidade do Google no Brasil. O tema era justamente o crescimento da internet móvel e falta de uma mentalidade “mobile first” por parte das empresas brasileiras.

Peter, um americano com português impecável, tem feito apresentações do tipo em outros lugares. E, como todo bom googler, ele fala se baseando em dados. Disse que hoje há 27 milhões de usuários de smartphones no Brasil – um número que, apesar da pouca disseminação em relação à população, é maior do que em países como França e Alemanha – e que 21% dos celulares vendidos aqui já são smartphones. “Com o tempo, não vai haver razão para não comprar smartphones”, disse. “Eles vão chegar a 100%”.

Outro dado que citou é que 10% das buscas feitas no Google no Brasil já são por meio desses celulares. “Se você tem uma empresa que está na internet, tem que pensar que uma em cada dez pesquisas sobre sua empresa vem de um smartphone”, disse ele. Fernandes, seguindo o lema “mobile first”, diz que aos poucos os negócios para celular vão superar os de empresas que se voltam apenas para o acesso via PC.

Na área de comércio eletrônico, diz ele, é preciso pensar que os clientes tomam decisões de compra usando o telefone dentro de alguma loja ou shopping. Um exemplo que citou é o do aplicativo para encontrar hotéis chamado Hotel Tonight, só para celular. A estratégia é ajudar a encontrar quartos para o mesmo dia, com os melhores preços, próximos ao local onde a pessoa está.

É claro que Fernandes representava os interesses do Google, que quer manter a mesma relevância de seus serviços – e anúncios – fora da internet tradicional. Mas há algo bastante importante na fala dele. Pensar no contexto e na localização é essencial para atrair usuários. O desafio, ainda mais na área de aplicativos, é como reunir informações que possam ter um valor para as pessoas.

Um exemplo é o aplicativo Moove Taxi desenvolvido pela Jurema, cujos fundadores Eduardo Silva e Arthur Lima também fizeram uma apresentação no App Date. O programa indica os telefones de pontos de táxis mais próximos e também calcula o valor da corrida. Há inúmeros outros exemplos parecidos. Outro aplicativo é o 99Taxis, que a repórter Tatiana de Mello Dias – que assina a coluna P2P – indicou no site do Link há algumas semanas. Ele tem táxis cadastrados e basta apertar um botão para chamar o carro mais próximo. O endereço é identificado automaticamente baseado na localização.

Em 2010, Eric Schmidt estava certo em apostar no celular. Porém, o “mobile first” não vale apenas para o Google, mas para todas as empresas.

–
• Coluna anterior  16/9: Empresas brasileiras começam a se voltar para o exterior

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