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Filipe Serrano

No arranque

Proteger empresa com ameaça vai contra princípio da internet

Craigslist passou a atacar desenvolvedores

19/08/2012 | 19h00

  •      

 Por Filipe Serrano

* Publicado no ‘Link’ em 20/8/2012.

Craigslist passou a atacar desenvolvedores

Enquanto a disputa judicial entre Apple e Samsung nos Estados Unidos se desenrola, uma outra briga comercial causou burburinho no Vale do Silício nas últimas semanas. Neste caso, os adversários são bem menores: o site de classificados Craigslist e pequenos empreendimentos online que organizam os anúncios de uma forma mais compreensível. A disputa mostra como as próprias empresas de internet pequenas têm dificuldade de acompanhar a evolução tecnológica. E, numa reação autoritária, podem ameaçar o futuro de outro serviço.

O Craigslist tem uma longa história. É um sobrevivente do início da internet comercial e velho conhecido de todos que acompanham a evolução da rede. Criado em 1995 por Craig Newmark, começou com uma lista de e-mails entre entusiastas da tecnologia que publicavam qualquer tipo de anúncio. A comunidade cresceu rápido e Newmark o transformou num site de classificados livre, mantendo o tom altruísta – seu logotipo carrega o símbolo da paz. Só alguns tipos de classificados, como imóveis e ofertas de emprego, são pagos.

Visitar a página do Craigslist – cujo nome oficial se escreve com cê minúsculo – é uma viagem de volta à metade dos anos 1990, no tempo em que o cuidado com visual e facilidade do uso era zero. Ainda assim, se manteve popular seguindo o princípio do fundador. Uma reportagem recente da Wired diz que Craig se descreve como “um nerd com um estilo 1950”. Isso é que o faz ser querido.

Nos Estados Unidos, o Craigslist é o oitavo site mais acessado no ranking medido pela empresa Alexa. No Brasil, não aparece nem entre os 500. Mas seu impacto na internet comercial é histórico.

A desorganização do site foi vista como oportunidade para alguns desenvolvedores atentos. Até há pouco não havia problema. Um deles chegou a criar o site PadMapper para colocar ofertas de imóveis sobre o mapa, facilitando a vida de quem procura um lugar para morar. Mas em junho o PadMapper recebeu uma ameaça judicial do Craigslist para retirar os anúncios do ar por infração dos termos de uso. O site contornou a restrição, usando dados da empresa 3Taps, que faz um catálogo dos anúncios do Craigslist e vende esse serviço.

A resposta foi agressiva. O Craigslist processou os dois sites por violação de direitos autorais e de propriedade intelectual. Não bastasse isso, mudou os termos de uso e obrigou todo novo anunciante a aceitar que sua oferta seria propriedade do Craigslist. Dessa forma, poderia licenciar o conteúdo a terceiros, como o 3Taps e o PadMapper.

E não foram só os dois. Outros sites que também usavam a base de dados do Craigslist revelaram que sofreram ameaças judiciais para interromper o serviço assim como eles. Depois que o New York Times falou do caso, Craig publicou um post vago sobre trollagem e fez críticas indiretas à cobertura.

A reação foi de espanto. Uma atitude assim não parecia vir do mesmo site que dizia fazer o bem e um dos que encabeçaram a campanha contra as propostas de lei antipirataria, Sopa e Pipa, no início do ano. Houve quem saísse em defesa do Craigslist, mas o site também foi muito criticado. Com a reação, voltou atrás e retirou a exigência de ter propriedade sobre os anúncios. A decisão foi elogiada pela Electronic Frontier Foundation, organização que defende a liberdade na rede, da qual Craig Newmark também faz parte.

É claro que qualquer empresa tem direito de proteger o modelo que a sustenta. Mas para a internet não é tão simples. Muitos negócios surgem de oportunidades para organizar aquilo que já está na rede (o Google é o principal exemplo). Usam o que já existe para criar algo novo e não surgiriam se tivessem de pedir permissão. O modelo do Craigslist não era tão diferente do que um mural de anúncios aberto. Sua proposta nunca seguiu o molde de uma empresa tradicional. O desafio era justamente manter-se relevante para a comunidade que o utilizava. Pode ser que tudo tenha sido só uma trapalhada. Ou o contrário, e realmente o site vai expandir seu lado comercial a partir de agora. Independentemente, já foi um episódio para marcar os seus longos 17 anos.

–
• Coluna anterior  5/8: A essência do BuzzFeed é fazer conteúdo se espalhar pela rede

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