Se estivesse vivo, o pai da computação moderna Alan Turing estaria comemorando seus cem anos nesta sábado, 23. E teria motivos para estar bem satisfeito. Sua concepção de 'máquina universal' se espalhou pelo mundo ao ter papel central na concepção do computador pessoal, a possibilidade de um mesmo aparelho assumir diversas funções tornou-se corriqueira com a disseminação do uso de aplicativos e a cultura hacker assimilou como ninguém a vontade de modificar dados, modificar codificações e compreender mensagens cifradas.
No dia de seu centenário, desenvolvedores, jornalistas, estudantes, designers, ilustradores e programadores estão reunidos no prédio sede do Grupo Estado para criar aplicações digitais (tudo sob licença aberta) que tornem mais fácil o acesso a dados públicos, a fim de torná-los mais úteis e compreensíveis.
O cientista da computação britânico Alan Turing formalizou a ideia de algoritmo e de computação, além de desenvolver a "máquina de Turing", concepção de máquina que poderia realizar incontáveis tipos de tarefas trocando-se seu software, não o hardware. Ele e sua equipe tiveram especial função na Segunda Guerra, ao decifrarem mensagens criptografadas que a Alemanha usava para se comunicar.
Nesse centenário, também é interessante notar que quem capitaneou a equipe que aplicou as ideias de Turing para desenvolver a máquina mais veloz até então criada (entre o final dos anos 40 e o começo dos 50) e uma das primeiras a usar o tipo de memória de acesso aleatório (RAM) que usamos até hoje - o matemático John von Neumann, do Instituto de Estudos Avançados de Princeton - optou por uma espécie de licença pública. Todo o projeto foi documentado e publicado de forma que outros matemáticos, cientistas e engenheiros pudessem se valer das novas ideias. E a nova máquina, por opção da equipe desenvolvedora, não foi patenteada, para garantir que as ideias tivessem a aplicação mais ampla possível.
Diversas comemorações ao centenário de Turing podem ser encontradas aqui e aqui.
--Leia mais: Big bang binário