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As fotos da câmera de 41 MP do PureView 808 impressionam, mas o celular nem tanto

Por Camilo Rocha
Atualização:

As fotos da câmera de 41 MP do PureView 808 impressionam, mas o celular nem tanto

 Foto: Estadão

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Meu primeiro contato com o PureView 808 foi no seu lançamento em fevereiro, durante o Mobile World Congress, em Barcelona. Foi rápido, mas suficiente para perceber que seu zoom ultrapoderoso era algo inédito para um smartphone.

Como o aparelho conseguia tanta nitidez em detalhes? A explicação é o sensor de 41 megapixels, a lente Carl Zeiss e uma tecnologia que condensa vários pixels em um só. Com ela, forma-se o que a Nokia chama de "superpixel", capaz de registrar uma cena com clareza.

E além do super-mega-zoom, outros recursos fotográficos são bons? O PureView pode ser usado como câmera profissional? Para conseguir uma avaliação melhor, pedi ajuda a um dos fotógrafos do Estado, Felipe Rau. Rau e eu checamos todas as funções fotográficas do aparelho. Ele ficou impressionado. "Faz muita coisa que uma câmera semiprofissional faz", disse. E ressaltou dois recursos em especial: a possibilidade de foto "macro", ou seja, de fazer closes bem aproximados de pequenos objetos sem perder o foco; e a presença de uma escala ISO, para regular a sensibilidade em relação à luz. Algo extremamente útil para fotos em ambientes escuros.

Depois de toda essa conversa, é natural esquecer que estamos falando de um celular e não de uma câmera. E é aqui que o Nokia PureView patina feio. Seu sistema é o defasado Symbian Belle, que a própria Nokia considera coisa do passado. Um executivo da empresa me contou que o sistema só é usado no PureView porque seu desenvolvimento começou quando o Symbian ainda era a melhor opção.

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Para se ter uma ideia, existem apenas 30 (trinta!) aplicativos para esse aparelho na loja virtual da Nokia. Entre os programas que já vêm instalados, o de mapas é bem eficiente e visualmente claro. A função que mostra transporte público só traz linhas de metrô e trem urbano.

Voltando às fotos, duas coisas são importantes. A primeira é que elas resultam em arquivos pesados. A imagem acima, por exemplo, ficou com 6,55 MB (as do iPhone raramente passam de 1 MB em seu tamanho máximo). A outra é que não é possível enviar as imagens via e-mail, apenas por mensagem ou Facebook. O preço sugerido do PureView faz dele um dos mais caros do Brasil: R$ 1.999. Por esse dinheiro, dá para comprar um ótimo smartphone e uma boa câmera semiprofissional.

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