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Ligia Aguilhar

Inovação e Tecnologia

A Europa contra o Vale do Silício

29/03/2018 | 22h13

  •      

 Por Ligia Aguilhar

Reuters

Há pouco mais de dois anos, eu me mudei para os EUA para fazer um mestrado. Uma amiga também saiu do país na mesma época, mas para estudar na Europa.

Uma das coisas mais interessantes nesse período foi observar em nossas conversas a diferença na abordagem de temas relacionados à tecnologia. A Europa era a antítese de tudo que eu via nos EUA.

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Enquanto no Vale do Silício o foco era na inovação de ruptura, que revoluciona o mercado com soluções completamente novas, sem pensar muito nas consequência para não atrapalhar o progresso — mova-se rápido e quebre coisas é um dos lemas do Facebook — na Europa a discussão era focada na privacidade e proteção de dados.

Esse antagonismo Europeu ao Vale do Silício atingiu o seu ápice na última semana, quando o Facebook enfrentou o que parece ser a pior crise da sua história depois da publicação de reportagens sobre o vazamento de dados de usuários pela Cambridge Analytica, uma empresa de análise de dados que trabalhou na campanha do presidente dos EUA, Donald Trump.

Os cidadãos norte-americanos se viram em meio a um novo escândalo de exploração dos seus dados pessoais e, dessa vez, o vilão foi o Vale do Silício. Já a Europa e sua lei de proteção de dados pessoais que antes era vista com receio agora é tida como exemplo a ser seguido. E se tem algo que norte-americanos não fazer facilmente é admitir que alguém faz algo melhor do que eles.

:::LEIA TAMBÉM: Inteligência artificial na prevenção de crimes:::

O tema regulação, antes tão temido pelas empresas de tecnologia dos EUA, começa a ser tratado como algo não apenas inevitável, mas também desejável. A imprensa local tem dado destaque ao tema. O próprio fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou que a pergunta não é se deve haver regulações, mas quais.

Quem não vive de modelo de negócio baseado em anúncio já está capitalizando com a tendência. A Apple fez questão de ir contra o Facebook. Tim Cook, CEO da empresa, tem repetido em todos lugar que a privacidade é um direito fundamental e que a Apple escolheu proteger os seus usuários mesmo sabendo que poderia estar ganhando milhões se escolhesse monetizar os seus usuários.

A estratégia é marcar um posicionamento claro que a diferencie do Facebook. A Apple quer ser vista como uma empresa consciente — e quer aproveitar a carona para tentar apagar da memória do público o escândalo que levou a empresa a admitir que reduziu a velocidade dos iPhones com baterias antigas.

Se antes existia um temor de que a abordagem europeia fosse paralisante, agora os EUA parecem concordar que seu modelo de economia digital precisa ser repensado (ao menos em partes).

É aquela coisa que todo mundo já sabe — os dados pessoais são o novo petróleo. E agora que a internet está dominada por empresas gigantes que exploram esses dados, a Europa tem a chance de influenciar o mundo com um novo modelo de economia digital, mais focado no compromisso social do que o modelo do Vale do Silício.

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Sobre o Blog

É jornalista e acompanha a onda das startups e o mundo da tecnologia desde 2010. Atualmente cursa mestrado na Northwestern University, em Chicago (EUA), com foco em inovação no jornalismo. É de lá que reporta as tendências e novidades da tecnologia que serão o tema principal deste blog.

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