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Ligia Aguilhar

Inovação e Tecnologia

Aplicativo é coisa do passado

28/07/2016 | 13h08

  •      

 Por Ligia Aguilhar

Reprodução
O Purple é um chatbot especializado em notícias sobre as eleições americanas. Todos os dias, o aplicativo manda uma mensagem de texto sobre o assunto do momento e destaca uma palavra em caixa alta. Para receber mais informações e atualizações sobre o assunto, o usuário precisa enviar uma mensagem de texto para o chatbot com a palavra em destaque

Eu assistia a um jogo de beisebol quando, na semana passada, Donald Trump fez seu primeiro discurso como candidato oficial do partido Republicano à presidência dos EUA. Ainda assim, quando mais tarde sentei para jantar com amigos que assistiram tudo pela TV, fui capaz de discutir o que havia acontecido no evento de igual para igual. O motivo é que recebi atualizações frequentes sobre o que estava acontecendo por SMS. Quem me enviou as mensagens foi um chatbot (como são chamados os robôs que são capazes de travar uma conversa por meio de um aplicativo de mensagens ou SMS).

Recebi trechos de falas do candidato, informações sobre a reação da plateia e até do tom de voz usado por Trump. Para isso, só precisei enviar para o chatbot uma mensagem com a palavra-chave destacada na mensagem que ele me enviou pela manhã, anunciando a cobertura do evento. Essa foi a dica de que eu estava interessada em acompanhar a cobertura ao vivo.

Os chatbots estão cada dia mais populares aqui nos EUA. Eu já falei sobre eles anteriormente aqui no blog e a aposta é que eles vão tomar o lugar dos aplicativos e serão a próxima grande revolução da tecnologia.

A popularização e o frisson em torno dos chatbots começou em abril, depois que o Facebook anunciou na sua conferência de desenvolvedores que passaria a permitir que qualquer empresa crie chatbots para o aplicativo de mensagens do Facebook, o Messenger.

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Mas só nessas duas últimas semanas, por causa das convenções políticas dos partidos Republicano e Democrata, que o poder dos chatbots ficou mais evidente para mim.

Isso tudo me lembrou quando comecei a escrever sobre tecnologia para o Estadão, em 2010. Na época, uma das minhas primeiras matérias foi sobre o boom dos aplicativos e a promessa (furada) de que muitas pessoas poderiam fazer dinheiro criando o seu próprio aplicativo.

A verdade é que algumas empresas se formaram em torno dessa oportunidade e se deram muito bem por se especializarem em ganhar dinheiro fazendo aplicativos para marcas e jogos.

Agora, há uma nova oportunidade disponível para negócios que se especializem em criar chatbots para aplicativos de mensagem. Já ha diversas empresas aqui nos EUA fazendo esse trabalho e o momento é excelente para negócios na área se estabelecerem no Brasil também.

Assistente virtual

O Purple, nome do sistema que envia SMS sobre as eleições, é meu queridinho desde que me mudei para Chicago, no fim do ano passado. Como a rotina de aluna de mestrado é intensa, muitas vezes não consigo acompanhar o noticiário com a profundidade e o tempo que gostaria.

As mensagens enviadas pelo chatbot durante o dia, porém, me avisando sobre os principais tópicos políticos do dia e perguntando se eu quero saber mais sobre esses assuntos (enviando mais ou menos informações de acordo com a minha resposta para cada SMS) é o que me mantém atualizada sobre as eleições americanas mesmo nos dias mais difíceis.

:::LEIA TAMBÉM: A vida nos EUA após o Pokémon Go:::

O Purple não é o único robô da minha vida. Recentemente instalei o Marsbot, que identifica a região da cidade onde estou e me manda SMS com sugestões dos restaurantes e bares mais legais da vizinhança. Com o tempo, de acordo com a minha reação para cada sugestão, o Marsbot aprende meus gostos e passa a oferecer sugestões cada vez mais personalizadas.

Dia desses, enquanto estava em um evento, o Marsbot me mandou um SMS: “Hey, eu vi que você está em tal lugar. Você deveria conhecer o bar X que tem aí perto, e que é muito bem avaliado pela crítica”. Não fui ao bar por falta de tempo, mas a recomendação me pareceu bastante interessante e poderia salvar aqueles momentos em que você não sabe muito bem onde ir ou quando está enjoado de ir sempre nos mesmos lugares.

A CNN também me envia uma lista de notícias toda manhã pelo Facebook Messenger. E se eu tiver alguma dúvida sobre o tema do momento, basta eu mandar uma mensagem no messenger para o robô com o tema sobre o qual estou interessada – por exemplo, os jogos olímpicos – que ele me retorna as últimas notícias sobre o assunto.

Tchau, aplicativos!

Satya Nadella, da Microsoft, acredita que os chatbots são uma nova revolução no qual a conversa é a nova plataforma de interação com computadores

Em março, durante a conferência de desenvolvedores da Microsoft, o CEO da empresa, Satya Nadella, disse que os chatbots terão um impacto tão grande na nossa vida quanto os navegadores da internet e as telas touchscreen. O que está acontecendo, segundo ele, é a nossa entrada em um mundo no qual a conversa é a nova plataforma.

É por meio desse tipo de interação que vamos nos informar sobre as notícias em um futuro não muito distante. Uma série de aparelhos como o Amazon Echo, uma torre que possui a assistente virtual chamada Alexa, pode ser instalada e acionada a qualquer momento, por comando de voz, para responder a qualquer questão (por exemplo, se você precisa levar guarda-chuva na bolsa em um determinado dia, de acordo com a previsão do tempo).

Com isso, o jornalismo, por exemplo, será cada vez mais conversado, personalizado, de acordo com os interesses de cada leitor. Os jornalistas, por outro lado, terão muito mais interação com o leitor, mais dados para guiar o conteúdo de acordo com o interesse público e um canal de distribuição direto com cada pessoa.

:::LEIA TAMBÉM: Prepare-se: os robôs vão invadir o seu celular:::

O mundo dos negócios também muda. Cada empresa terá sua própria “concierge virtual”. Em vez de pedir pizza, basta mandar uma mensagem para o chatbot da pizzaria e esperar a entrega. As horas penduradas no telefone para reclamar daquela conta de celular que veio com o valor errado vão se transformar em um bate-papo pelo smartphone enquanto se está a caminho do trabalho.

Ainda há muitos gargalos para tudo ser perfeito, é claro, como o fato de os computadores não serem tão eficientes em compreender a linguagem humana, o que faz com que muitos chatbots ainda apresentem problemas e empaquem durante uma etapa da conversa com o usuário.

A tendência é que as conversas com os chatbots fiquem cada vez menos robotizadas.

Como assim os aplicativos vão sumir?

Olhe para o celular e conte quantos aplicativos você usa todos os dias. Certamente são poucos. Segundo a comScore, cada pessoa usa, em média, 3 aplicativos diferentes com frequência.

Os reis do momento são os aplicativos de mensagem – WhatsApp, Messenger, Line, Kik, Telegram, além das redes sociais como Facebook e Snapchat. Os outros já são, de certa forma, “coisa do passado”. Fazer uma pessoa baixar e usar com frequência um aplicativo é tarefa complicada. Em média, 77% dos usuários nunca mais usa um aplicativo após 3 dias do download.

:::LEIA TAMBÉM: O que aprendi criando minha primeira startup:::

Para disputar a atenção fragmentada do público, agora as empresas precisam aprender a conversar.

Os chatbots chegaram para mudar nossa relação com o computador. E se ele ainda não faz parte da sua vida, é questão de tempo até que isso mude.

Quer saber mais?

Conheça a botlist, que funciona como uma loja de chatbots.

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    Tags:

  • aplicativos
  • celular
  • Chatbots
  • inteligência artificial
  • robôs
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Sobre o Blog

É jornalista e acompanha a onda das startups e o mundo da tecnologia desde 2010. Atualmente cursa mestrado na Northwestern University, em Chicago (EUA), com foco em inovação no jornalismo. É de lá que reporta as tendências e novidades da tecnologia que serão o tema principal deste blog.

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