De Gil à ciência da gambiarra: a quinta-feira na Campus Party

Terceiro dia de eventos apresentou bons debates

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Por Redação
Atualização:

O terceiro dia de eventos da Campus Party Brasil começou animado, com mesa de debate sobre blogs de humor, e a participação do ex-ministro Gilberto Gil. Mas para os campuseiros, a realidade da vida no Centro de Exposições Imigrantes começou a assentar.

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A movimentação parecia menos intensa que nos primeiros dias, e a concentração, menos afiada. Enquanto as discussões e palestras mantinham seu público cativo, boa parte dos participantes já vagava pelo pavilhão sem muito o que fazer. Esses foram os que já tinham "completado sua missão" na Campus Party, o que podia ser tanto encontrar os amigos da internet, quanto encher um HD inteiro com filmes e games.

O aspecto "parque de diversões" da Campus Party também começou a dar seus primeiros sinais de desgaste nesta quinta-feira, com a sensação de brinquedo repetido pairando no ar. Ainda assim, os campeonatos de games são ininterruptos, e todo mesão comunitário tem pelo menos um par de telas onde vilões explodem em sequência.

Uma das apresentações mais disputadas foi a dos ilustradores do Estado de S. Paulo, Daniel Roda e Eduardo "Tcha-Tcho" Malpeli. A dupla falou sobre o Ezflar, gerador open source de realidade aumentada apresentada em uma edição do Link em 2009 (e aplaudido pela Wired), e apresentou um novo projeto para o ano que começa: o Kunigo, uma rede social para facilitar o desenvolvimento de ideias.

Quem também marcou a presença do Estadão na Campus Party foi o editor-chefe de conteúdo digital e blogueiro do Link Pedro Doria. Ao lado de Eugenio Bucci, Doria dissertou sobre os perigos da censura prévia na web - "principalmente em ano de eleições", como frisou. Doria falou também sobre a situação vivida pelo Estadão no caso Sarney.

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Entre os debates mais interessantes e originais da Campus Party, estavam a discussão sobre a brasileiríssima gambiarra como elemento de evolução tecnológica, a apresentação de Marcelo Tas sobre a relação de tribos nativas com a web, e o destaque dado à necessidade de uma banda larga minimamente honesta no Brasil.

Já a discussão sobre compartilhamento e pirataria apresentou mais do mesmo, com o lado dos compositores defendendo um modelo defasado, e o representante do Partido Pirata, Ricardo Severo, incapaz de se defender com coerência. O rapaz alegou até que "nunca tinha pensado no lado dos compositores", mas tentou se esquivar afirmando que "a relação do compositor é com o artista, e não com o público".

O site oficial lista que quase 50 mil campuseiros já passaram pelo pavilhão do Centro de Exposições Imigrantes. Os eventos da Campus Party continuam até o fim do sábado, com a manhã de domingo reservada para o desmontar das barracas e as últimas despedidas.

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