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A ressurreição de Mega Man (e uma discussão sobre franquias 'encostadas')

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Por João Coscelli
Atualização:

A Capcom parece disposta a apostar novamente na franquia Mega Man, de acordo com entrevista concedida por Christian Svensson, vice-presidente da empresa, à Nintendo Power de novembro (o penúltimo número da revista, que acaba em dezembro).

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"Posso dizer que vocês ainda não viram o fim do Mega Man e, com sorte, celebraremos seu 50º aniversário, incluindo todos os jogos que vocês vão jogar pelos próximos 25 anos", disse Svensson, referindo-se ao 25º aniversário que a franquia completa agora em dezembro.

Mega Man foi a porta de entrada da Capcom para os consoles domésticos e a primeira franquia famosa da empresa, antes mesmo de Street Fighter ganhar o mundo. Mega Man 2, de 1988, vendeu 1,5 milhão de cópias para o NES. No total, mais de 23 milhões de jogos do robô azul foram vendidos.

O personagem era sinônimo de sucesso até o fim dos anos 90. Hoje, não passa de uma franquia "encostada", praticamente aposentada, como aquele atleta que passou pelos mais poderosos clubes e tenta se reerguer sem nunca obter êxito.

A decisão da Capcom em ressuscitar o robô provavelmente se apoia nos fãs saudosistas, aqueles que jogaram os títulos para NES, SNES e Playstation - a época de ouro do personagem. O último título da franquia foi lançado há mais de dois anos - Mega Man 10 - seguindo os moldes da série original de 8 bits e foi um dos mais bem recebidos pela crítica e pelos jogadores entre os tantos Mega Man lançados na última década.

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Mas Mega Man é uma franquia "encostada" que tem potencial para se reerguer justamente graças a sua fama, diferente de outros personagens deixados de lado e sem qualquer perspectiva de retorno. Há casos em que isso deu certo e há casos em que não.

Sonic faz parte do primeiro grupo. A passagem para o 3D foi turbulenta e a Sega saiu do mercado de hardwares, deixando o personagem sem sua própria "casa", mas voltou a acertar a mão quando passou a fazer jogos como os sucessos do Mega Drive e do Master System.

O mesmo não pode ser dito sobre Crash Bandicoot. A franquia pulou de empresa em empresa e deixou de ser exclusiva para as plataformas Sony poucos anos depois de ser criada. Sem carisma e com pouco sucesso, foi "encostada". Talvez um dos motivos seja justamente a falta de origens que tenham algum tipo de apelo aos chamados jogadores oldschool.

Um ponto favorável à Capcom - cujas prioridades hoje em dia são Devil May Cry, Resident Evil e outros games melhor adequados às preferências do jogador contemporâneo - é que o estilo retrô tem sido uma tendência entre os desenvolvedores que tem agradado o público, ainda mais se o jogo for disponibilizado a um preço bastante acessível e via download, como ocorreu com os últimos Mega Man. Este é o momento certo para ressuscitar o robô com a fórmula original.

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