A Associação Comercial, Industrial e Cultural de Games (ACIGames) publicou nesta quarta-feira, 13, uma carta aberta direcionada à ministra da Cultura, Marta Suplicy, manifestando a insatisfação do órgão com o posicionamento do Ministério quanto ao veto da utilização do Vale-Cultura para a compra de jogos digitais.
Na terça, Marta novamente comentou sobre o benefício, indicando que ele não mais valerá para a compra de serviços de televisão por assinatura. A ministra reiterou que o Vale-Cultura não poderá ser usado para a compra de jogos digitais.
Na carta, a ACIGames lista uma série de notícias publicadas na imprensa - inclusive no Estado - ligando os games à cultura ou à educação, além de evocar a portaria número 116 do Ministério da Cultura, segundo a qual os jogos eletrônicos são categorizados como um dos "segmentos culturais" que podem ser contemplados no Programa Nacional de Apoio à Cultura.
"Infelizmente essa notícia pode se espalhar no mundo inteiro que hoje enxerga games como uma das mais fortes fontes de renda na economia criativa e de cultura, ultrapassando a indústria do cinema já a dois anos. Se games não são considerados cultura por nossa própria ministra é uma afirmação de grave preconceito e um desrespeito a todos os trabalhos acadêmicos e científicos na área. Games são a nova expressão digital do mundo e nos países desenvolvidos isso é deixado bem claro", escreveu o presidente da ACIGames, Moacyr Alves Júnior.
O Vale-Cultura é um benefício de R$ 50 reais mensais que será destinado a trabalhadores que recebam até cinco salários mínimos. O beneficiário é quem escolhe como vai gastar a verba - com cinema, teatro, livros, mas não com games, aparentemente.
Estima-se que no primeiro ano cerca de 1 milhão de trabalhadores serão beneficiados com o programa e que serão injetados mais de R$ 11 bilhões no mercado da economia criativa.