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China estuda fim de "veto" a consoles

Por João Coscelli
Atualização:

A agência de notícias Bloomberg, citando o jornal China Daily, informou no início da semana que o Ministério da Cultura da China estuda colocar um fim à proibição da venda de consoles de videogames no país - notícia que abriu um sorriso de ponta a ponta nos investidores japoneses de Sony e Nintendo.

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O governo chinês baniu os consoles do mercado em 2000 sob alegação de que os videogames poderiam ser prejudiciais à saúde física e mental dos jovens. A proibição foi decretada por sete ministérios, e será necessária a aprovação de todos esses órgãos para que as plataformas voltem a circular legalmente no mercado chinês.

Mas estamos falando de China, aquela máquina de fazer dinheiro com mais de 1 bilhão pessoas do outro lado do mundo que muito raramente mostra transparência em suas informações de mercado - o que explica as aspas no nosso título.

O primeiro ponto é que o veto é parte da lei, mas isso não evita o comércio de consoles. O mercado negro é imenso, assim como o país e a população, o que torna a fiscalização complicada. Grande também é a oferta de versões pirateadas. Logo, o veto não é tão eficaz.

Outra questão é que apenas os consoles são banidos, enquanto os jogos para computador são extremamente difundidos. As opções se ampliam ainda mais se considerarmos como plataformas iPhones e smartphones, legalizados e encontrados aos montes por Pequim, Xangai e outras metrópoles.

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Logo, a possível entrada dos consoles de Nintendo, Sony e Microsoft teria pouco impacto no mercado chinês, onde não é impossível conseguir tais produtos e onde os computadores já foram fundamentados como a plataforma de referência para jogos.

As cifras demográficas talvez tornem a China o mercado de maior potencial para a indústria, mas esses obstáculos e outros mais - como a recorrente atribuição do papel dos vilões de certos títulos aos chineses - tornariam a caminhada dessas empresas ainda mais complicada.

A abertura cultural e econômica têm sido bem recebida pelos investidores e o lifestyle ocidental se mostra cada vez mais presente entre os asiáticos, mas a China ainda é uma sociedade fechada e nem sempre receptiva a tendências estrangeiras. As três grandes podem se animar e se arriscar por lá, mas devem ter em mente que enfrentarão uma indústria já fundamentada segundo os padrões chineses e que pouco se conhece por aqui.

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