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Espiões, espiões em todo canto

Por João Coscelli
Atualização:

Todos achavam que os escândalos de espionagem da NSA (Agência Nacional de Segurança, na sigla em português) já tinham ido longe demais, com os Estados Unidos bisbilhotando a vida de muitos governos parceiros e rivais mundo afora. Mas a curiosidade dos americanos parece não ter limites e nem mesmo o mundo dos jogos escapou.

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Documentos revelados por Edward Snowden, ex-analista de inteligência americano, aos quais os jornais New York Times, The Guardian e o site ProPublica tiveram acesso revelam que espiões americanos e britânicos se infiltraram em jogos online, como o Second Life e World of Warcraft, além da Xbox Live, para identificar ameaças terroristas entre os jogadores. Os agentes acreditavam que os criminosos poderiam usar esses locais para trocar mensagens e tirar vantagem dos sistemas de pagamento em prol de suas células sem levantar a suspeita das autoridades.

Os casos de espionagem aparentemente ocorreram há pelo menos cinco anos, de acordo com alguns dos documentos. As autoridades acreditavam que os terroristas estariam recrutando soldados por meios dos jogos, ou mesmo usando-os como ferramenta de comunicação. Embora sejam canais abertos, comunidades de games são extensas e têm populações de países grandes. A Xbox Live tem, por exemplo, quase 50 milhões de usuários, enquanto World of Warcraft chegou a ter 18 milhões de jogadores.

Apesar de detalharem a ação dos agentes, que espionavam conversas e trocas de dados, os documentos não informam se algum plano foi descoberto e coibido ou se alguém foi preso. Provavelmente não.

O maior problema do episódio, porém, é que, como nos outros, Microsoft e Blizzard não sabiam o que estava acontecendo. Ambas soltaram comunicados afirmando que não tinham qualquer notícia da ação de espiões em suas comunidades e que, se isso de fato aconteceu, foi sem seu consentimento. Logo, os dados e a privacidade de milhões de jogadores foram violados, ainda que por questões de segurança, embora não houvesse qualquer prova de que houvesse terroristas entre os jogadores.

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O caso é um pouco mais complexo, já que a ação dos agentes foi diferente em cada um dos jogos e redes espionados - em alguns, houve até grupos criados para certificar que os eles não estavam espionando uns aos outros. Quem tiver curiosidade (e paciência) pode dar uma olhada nos tais documentos, que estão disponibilizados neste link.

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