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Videogames de A(tari) a Z(elda)

Made in Brazil: Hive Digital

Por João Coscelli
Atualização:

Se para muitos estúdios brasileiros os advergames ficam em segundo plano, para a Hive Digital são a principal fonte de renda e oportunidade. Referência no segmento de games on demand, a produtora sediada em São Paulo está há seis anos no mercado e é considerada um dos maiores casos de sucesso no desenvolvimento de jogos digitais no País.

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Fundado por Mitikazu Lisboa, que já acumulava experiência na área de games tanto dentro quanto fora do País, o estúdio iniciou suas atividades com apenas três funcionários. Hoje, conta com 60 empregados e uma segunda sede em São Francisco, nos EUA. O faturamento registrado em 2012 foi de R$ 8 milhões e a expectativa é que chegue aos R$ 10 milhões neste ano.

A Hive trabalha essencialmente com advergames e jogos para plataformas móveis. No primeiro segmento, tem como clientes Intel (veja mais aqui), Ambev, Procter & Gamble e outras empresas que têm investido em games como ferramenta de marketing. No segundo, tem como principais títulos Candypot e Poker Hall. Ao todo, são aproximadamente 30 criações, além de outras plataformas digitais desenvolvidas para marcas.

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Para Lisboa, é nas plataformas móveis que está a oportunidade para crescer. "Nelas você atinge o público que o game hardcore tradicional não consegue atingir, há a possibilidade de inovação. O mercado tradicional está estagnado em termos de inovação, porque um jogo custa US$ 100 milhões para ser feito e não dá para ficar fazendo testes", comenta. Ainda assim, o CEO da Hive revela que os projetos abraçados pela empresa custam caro - não saem por menos de R$ 500 mil.

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O executivo não esconde que, para ele, games são uma questão de negócios. E como todo negócio, tem de lidar com impostos altos, cuja carga por aqui é "matadora". Além disso, ele critica a falta de apoio do governo, o que pesa para estúdios que, como a Hive, apostam mais nos jogadores estrangeiros que no mercado local - mais da metade da receita vem de fora do país.

Outro ponto que Lisboa destaca é a escassez da mão de obra. "O problema da mão de obra no Brasil éh que ela é absurdamente generalista. Não falta gente querendo trabalhar, o que falta é gente que é boa em alguma coisa", diz.

Apesar das dificuldades, a Hive tem progredido. A abertura da sede americana e a alta no faturamento são apontadas como evidências disso, o que faz com que o estúdio mantenha o caminho no segmento mobile e multiplataforma. A estratégia, conta Lisboa, é a internacionalização. "Achamos que o Brasil está em uma fase muito boa, mas é algo que não vai durar muito tempo. Nossa estratégia é a internacionalizar pra não depender do mercado local. É uma questão macroeconômica, e esse otimismo de consumo tem a ver com a economia geral. O brasileiro gosta de jogar, mas não gosta de pagar", finaliza o executivo, que defende a aplicação do modelo freemium.

Game Hero foi criado pela Hive para a Intel Foto: Estadão

O trabalho completo da Hive pode ser conhecido no site da empresa, que contempla tanto os jogos para mobile quanto o portfólio de advergames. A desenvolvedora também mantém perfis no Facebook e no Twitter.

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Essa publicação faz parte da seção Made in Brazil, na qual damos espaço para os desenvolvedores nacionais exibirem seu trabalho e darem sua opinião sobre o mercado de games brasileiros. A coluna será publicada às sextas-feiras no Modo ArcadeVeja mais sobre os estúdios nacionais clicando aqui.

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