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Videogames de A(tari) a Z(elda)

Made in Brazil: Team 1CDD

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Por João Coscelli
Atualização:

O 1CDD nasceu como uma união cujo o principal objetivo era a experimentação. Desenvolvedores de várias áreas - design, música, narrativa e outros aspectos que um jogo envolve - se juntaram para colocar seus conhecimentos a prova e tentar criar um game. Esse encontro aconteceu em 2010 e, entre reformulações, a equipe está concentrada em São Paulo e conta hoje com seis pessoas.

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O nome tem origem no próprio projeto da equipe: 1 Carnaval de Distorções. O game de exploração e sobrevivência em 3D ainda está em desenvolvimento e será lançado para PC e Mac "quando estiver bom", de acordo com os vídeos divulgados pelos desenvolvedores.

Trata-se da história de uma menina que acorda em uma cama de hospital e se vê em um mundo onde tudo está parado e o tempo não passa, numa verdadeira atmosfera de solidão e suspense. Serão dois atos, e o primeiro ainda está em desenvolvimento, mas o prólogo, que apresenta alguns conceitos, já tem vídeos divulgados.

Entre os desenvolvedores do game estão Thiago Girello, que dirige a produção, e o programador Chris Smith. Ambos trabalharam juntos em Gremlin Invasion: Survivor, um shooter para computadores.

//www.youtube.com/embed/SR0gd0ocMQ0

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Girello, responsável pela arte do jogo, celebra a união dos desenvolvedores independentes no Brasil, onde "os estúdios se ajudam", mas lembra que isso não o suficiente para vencer dificuldades como a falta de mão de obra especializada. "Um bom programador em C++ de jogos ou um bom artista 3D também de jogos é uma raridade por aqui. Outro grande problema é a falta de apoio para produções autorais. Não daá para fazer dinheiro produzindo games autorais, eles precisam ser feitos nos horários livres e por hobby. Já advergame tem um mercado interessante e em exponencial aqui em São Paulo, mas que também sofre com falta de mão de obra", declara.

Para o desenvolvedor, há espaço para crescer tendo em vista somente o mercado brasileiro, mas isso se foram considerados games sob encomenta, como os publicitários ou para treinamento. No cenário autoral, a realidade é bem diferente, o que tem feito as poucas empresas do setor rarearem cada vez mais.

O grande problema, continua, é a falta de investimentos e de percepção do mercado de games como oportunidade. "Nem falamos do governo, que na nossa opinião não tem obrigação nenhuma de investir em jogos, mas de empresas que não investem em profissionais, em ideias novas e não têm visão de mercado pra games. Reconhecemos que é um risco grande, pois é um mercado que já está consolidado lá fora, mas isso só vai mudar se empresas e empresários reconhecerem que games não são só uma mídia pra gerar buzz de marketing, e sim um produto por si só, e queiram levar isso adiante como forma de economia", avalia.

 Foto: Estadão

A falta de profissionais e custos altos impedem que Girello e seus companheiros levem a vida de desenvolvedores como profissão, mas isso não tira o otimismo da equipe. "Na nossa cabeça, faz mais sentido tentar fazer um jogo bom, ambicioso, que deixe uma marca e que consolide pelo menos uma tentativa de algo novo para o cenário de games no Brasil. Com sorte, o jogo pode abrir algum novo caminho, se não para nós, para outros profissionais no futuro", finaliza.

A equipe mantém um site com todas as informações sobre o 1 Carnaval de Distorções, incluindo créditos, vídeos e detalhes do projeto.

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Essa publicação faz parte da seção Made in Brazil, na qual damos espaço para os desenvolvedores nacionais exibirem seu trabalho e darem sua opinião sobre o mercado de games brasileiros. A coluna será publicada às sextas-feiras no Modo ArcadeVeja mais sobre os estúdios nacionais clicando aqui.

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