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Made in Brazil: Vortex Games Studio

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Por João Coscelli
Atualização:

A Vortex Games Studios é uma produtora que, atualmente, reúne cinco game designers em São Paulo. A empresa iniciou suas atividades em 1998, quando desenvolvia máquinas como árcades, pinballs e jukebox, e posteriormente tomou o caminho dos jogos digitais.

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Hoje, a Vortex se dedica principalmente ao outsourcing, ou seja, faz projetos para outras empresa, que vão desde a produção completa de um game até atividades como como porting, tradução, arte, animação, música e debug.

Por enquanto, a Vortex tem apenas alguns protótipos de jogos prontos, a maioria deles criados em jams - aquelas maratonas de desenvolvimento cujos participantes precisam produzir um jogo em dois dias, geralmente - e que planeja levar para plataformas móveis. São da autoria da empresa Dead Dog in Space, em fase de design; Space Lander, que nasceu na GBJam; e Fabulous Coffee, cuja origem é a CampJam 2013. Esses dois últimos podem ser jogados no próprio site do estúdio.

Tais games são descriminados como protótipos porque, como coloca Alexandre Ribeiro de Sá, fundador da Vortex, são frequentes os problemas com tempo, verbas ou outra dificuldade. Segundo ele, manter uma empresa de games no país é tão complicado - ou mais - que uma empresa de outro ramo. "Imagino que o que pode facilitar as coisas são projetos como a Lei Rouanet, que já ajudou no financiamento de alguns jogos. Não tenho dúvidas de que isso foi um grande sucesso para a indústria, já que agora existe uma 'certeza' do público e do governo que games também podem ser uma forma de transmitir cultura, e não apenas um brinquedo, como eram vistos".

Vortex quer levar Fabulous Coffee às plataformas móveis Foto: Estadão

Sá também é partidário da máxima que é necessário expandir os horizontes para se dar bem na indústria dos games. Ele afirma que um estúdio, quando começa a produzir, deve ter planos para oferecer seu produto em outros mercados, uma vez que, diz, existe um preconceito com jogos nacionais no Brasil. "Se fechar em um mercado e dizer 'vou fazer um jogo no Brasil para brasileiros jogarem' é como declarar suicídio. É comum ver em comentários de notícias de jogos brasileiros as pessoas dizerem que se o game é nacional, é ruim. Então não temos o apoio nem dos próprios brasileiros, mesmo que o game tenha sido reconhecido internacionalmente e tido boas notas na mídia", declara.

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Para Sá, isso é um problema que está mais do lado cultural que da indústria. "Se quiser sobreviver, tem que globalizar o estúdio. Ter uma opção em inglês no seu site ou blog, traduzir o jogo e assim por diante", aconselha. Nesse caminho, ele está tentando inserir a Vortex em mercados onde o nível de consumo de games é gigantesco, como o Japão e a China. Há planos até para produzir títulos exclusivos para esses países, o qeu vai de encontro aos planos de deixar o outsourcing aos poucos para investir em projetos próprios.

No site da Vortex é possível conhecer um pouco mais sobre o estúdio e seu trabalho. A empresa também mantém uma página no Facebook, um perfil no Twitter e um canal no YouTube.

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Essa publicação faz parte da seção Made in Brazil, na qual damos espaço para os desenvolvedores nacionais exibirem seu trabalho e darem sua opinião sobre o mercado de games brasileiros. A coluna será publicada às sextas-feiras no Modo ArcadeVeja mais sobre os estúdios nacionais clicando aqui.

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