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Naughty Dog se renova com The Last of Us

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Por João Coscelli
Atualização:

Desde que os primeiros trailers de The Last of Us foram exibidos na E3 de 2012, criou-se uma grande expectativa sobre o jogo. As informações sobre jogabilidade, personagens e a trama foram saindo a conta-gotas, o que só contribuiu para essa espera. Nessa reta final - o título da Naughty Dog exclusivo para Playstation 3 chega dia 14 de junho no Brasil, dublado e com legendas em português - conversamos com Neil Druckmann, diretor criativo, e Gustavo Santaolalla, responsável por toda a trilha sonora do jogo sobre o lançamento, que promete entrar para cânone da biblioteca do PS3, embora chegue ao mercado no final do ciclo de vida do console.

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É preciso situar o game para explicar seu processo de desenvolvimento. Até o início dos anos 2000, quando começou a desenvolver a franquia Jak and Daxter, a Naughty Dog era conhecida como o estúdio da série Crash Bandicoot. Mas com o lançamento da trilogia Uncharted, em 2007, que a empresa acertou em cheio e conquistou seu lugar entre as grandes desenvolvedoras.

Agora, a Nautghy Dog tem The Last of Us nas mãos, o que configura uma visível crescente no amadurecimento dos jogos, tanto no tema quanto na complexidade dos jogos. A explicação para isso está na tecnologia e nos personagens, de acordo com Druckmann. "A tecnologia atual nos permitiu deixar as coisas mais realistas e pudemos fazer o gênero que queríamos. Somos muito fãs dos games de sobrevivência. E o que fazemos são jogos baseados nos nossos personagens. A evolução da tecnologia fez com que pudéssemos criar personagens mais complexos e sentimos que poderíamos lidar com temas mais maduros", disse o diretor, explicando porque o estúdio passou dos games cartunescos para os mais realistas.

O realismo, inclusive, é um dos méritos de The Last of Us, segundo o próprio Druckmann. O principal exemplo disso é o sistema de inteligência artificial desenvolvido pela Naughty Dog para Ellie, a parceira do protagonista Joel na jornada pela sobrevivência. O desenvolvedor contou fazer a garota parecer humana foi um dos maiores desafios no processo de produção do game.

Em combate, a garota seguirá a linha de abordagem do jogador. Se optar por atacar silenciosamente, sem chamar a atenção dos inimigos, ela vai se esconder, se mover devagar e sem fazer barulho. Mas partir para cima com tudo, ela ajuda criando distrações e até atacando os adversários. Se derrubado, ela ajuda o jogador. Se em menor número no combate, Ellie interage com o ambiente de alguma forma para reverter a vantagem.

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"Ela faz coisas surpreendentes. Assobia, procura suprimentos, faz piadas. Trabalhamos com muito foco no combate. Foi um desafio deixar tudo autêntico. Acredito que criamos um dos melhores personagens não jogáveis da história dos videogames", disse Druckmann.

Os inimigos também se comportam de forma inteligente. Eles tentam cercar o jogador e são capazes de reproduzir táticas avançadas de combate - tudo primando pelo realismo.

Parceiros pela sobrevivência

Como os trailers já divulgados deixaram claro, a história é conduzida por Joel e Ellie. Ele é um homem de meia idade durão, cuja sisudez vai dando lugar ao afeto pela garota. Pelo menos é o que Druckmann garantiu. "O jogo foi desenvolvido com base no relacionamento dos dois personagens, que fica cada vez mais forte e estreito conforme o jogo avança. Eles fazem sacrifícios um pelo outro para sobreviver em um ambiente hostil", relevou.

Ainda de acordo com o diretor criativo, foram incluídos centenas de diálogos que ajudam a explicar o mundo em que o game se passa, o relacionamento entre Joel e Ellie e a interação da dupla com os demais personagens. Novamente um trabalho do sistema de inteligência artificial, que faz outros sobreviventes interagirem com os protagonistas, cabendo ao jogador decidir sobre o comportamento responsivo ou não.

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O que a história de The Last of Us reserva, disse Druckmann, é doses de ação, suspense e suas pitadas de drama, que vão aumentando conforme o game vai chegando ao fim. Mas um ponto polêmico são as cenas violentas - que integram os "temas mais pesados" com os quais a Naughty Dog passou a trabalhar. O desenvolvedor, porém, garantiu que nada é exagerado neste aspecto. "A única regra para colocarmos violência no jogo foi pensar no que seria necessário para a história. Nem mais, nem menos. Eles estão em perigo e precisávamos fazer com que o perigo parecesse real. O que eles fariam nesas condições para sobreviver? Esse foi nosso pensamento", concluiu.

The Last of Us esteve em desenvolvimento durante três anos e meio. Por enquanto, não há planos para que seja lançado para o Playstation 4, console da Sony que deve chegar ao mercado no final deste ano. A Naughty Dog decidiu por manter o lançamento para a plataforma da atual geração por acreditar que o PS3 ainda tem muito a oferecer. "Estamos usando a capacidade máxima do console. Tínhamos uma história para contar e decidimos contá-la agora. Vamos surpreender", finalizou Druckman.

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