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Nintendo em queda livre

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Por João Coscelli
Atualização:

O iminente finalmente aconteceu: a Nintendo anunciou ter registrado prejuízo financeiro em um período anual pela primeira vez em sua história. A companhia informou ter perdido US$ 533 milhões no ano fiscal de 2011 (abril de 2011 a março de 2012). No ano fiscal anterior, o lucro foi de US$ 954 milhões.

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O golpe ainda foi menor do que se previa. A própria Nintendo esperava perder US$ 800 milhões no período, devido às baixas vendas de seus consoles, ao crescimento dos concorrentes e à valorização do iene.

Vamos a alguns números: para o ano fiscal de 2011, a Nintendo pretendia vender 13 milhões de Wiis. Vendeu 9,8 milhões. A meta para o novo 3DS era de 16 milhões de unidades vendidas, mas despachou somente 13,5 milhões. Com o DS, o cenário é ainda pior, pois dos 11 milhões de unidades que queria vender, a companhia só conseguiu metade.

Os números só evidenciam o que todos já haviam percebido - a Nintendo está em queda livre. Embora o Wii seja o console da atual geração com o maior número de unidades vendidas (até março eram 95 milhões, contra 67 milhões do Xbox360 e 62 milhões do PlayStation 3), perdeu sua mágica e já agoniza seus últimos momentos, uma vez que seu sucessor, o Wii U, foi anunciado e deve ser lançado ainda neste ano. A falta de jogos bons e de peso também o faz ser preterido em relação aos concorrentes.

E no mercado dos portáteis, onde a companhia sempre reinou absoluta com Gameboys e DSs, o cenário mudou. O crescimento dos jogos mobile e a chegada do PlayStation Vita, um senhor concorrente, sacudiram a tranquilidade de Mario e cia e obrigaram a Nintendo a baixar os preços do 3DS, reduzindo os lucros.

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Mas será esse o começo do fim da Nintendo? Não. Assim como a mesma pergunta foi feita quando Xbox e PlayStation 2 massacraram o Gamecube na década passada, a mesma resposta é dada. A empresa tem nome e franquias de peso e isso sempre a garantirá como uma das gigantes do mercado. O diretores se mostram otimistas e acreditam que 2012 possa ser um ano de lucros, ainda mais com a chegada de um novo jogo 2D do Mario. Mas depois de ir às alturas e vender o Wii e DS como se fosse pão quente, a companhia se depara com um panorama um pouco diferente e pode atravessar um período de vacas mais magras.

O Wii U deve ser apresentado em junho, durante a E3, enquanto o 3DS ainda tem tempo para se consolidar. O primeiro, embora diferente de tudo o que se viu até agora, não empolgou muito (e tem um dos piores nomes de console da história dos games, convenhamos). O segundo vai brigar com o Vita, e a briga vai ser boa. E a aposta da Nintendo para sair dessa será a mesma que a tirou do buraco na geração passada - a inovação.

Bem, estamos esperando. Já fomos surpreendidos, e queremos ser novamente. Só esperemos que o próximo console não deixe os chamados jogadores hardcore tão carentes como ocorreu com o Wii, pois esse é um dos principais fatores que contribuiu com a queda nas vendas da plataforma. Os celulares passaram a ocupar o mercado os jogos casuais e essa é a oportunidade de a Nintendo recuperar seus fãs perdidos nos últimos anos.

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