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Videogames de A(tari) a Z(elda)

‘O designer brasileiro tem condições de trabalhar tranquilamente no exterior’

08/08/2012 | 07h00

  •      

 Por João Coscelli

Mercado emergente para os videogames, o Brasil está na fase de amadurecimento da formação de programadores e designers de jogos eletrônicos. Apesar disso, os profissionais formados nas instituições nacionais têm totais condições de atender as demandas da indústria em outros países – principalmente nos Estados Unidos -, segundo o professor Delmar Galisi, coordenador do Curso Design de Games da Universidade Anhembi Morumbi, referência no ramo.

Em entrevista ao Modo Arcade, Galisi deu um panorama sobre como anda e quais os rumos dos cursos que formam designers de games no País. Segundo o professor, além de formar profissionais capacitados, o Brasil têm se destacado pelas pesquisas na área dos jogos eletrônicos e em tudo para evoluir ainda mais. Leia a íntegra abaixo.

MODO ARCADE: Quem quer se formar em design de games precisa chegar na faculdade já sabendo alguma coisa?

DELMAR GALISI: O curso não tem pré-requisito. Tudo começa do zero – programação, animação digital. O que precisa é saber as operações básicas da computação, mas é quase impossível que um universitário não saiba isso atualmente. Há, porém, um perfil desejado.

MODO ARCADE: E qual é esse perfil?

DELMAR GALISI: Cerca de 90% dos alunos são homens na faixa dos 20 aos 25 anos já habituados com os videogames. Mas o ideal é que os interessados em seguir carreira nesta área goste e, principalmente, não tenha medo de tecnologia. Deve ser alguém que busque referências além dos games – no cinema, na literatura, nos quadrinhos. E precisa também saber trabalhar em equipe e se identificar com novos negócios, já que os jogos estão invadindo vários setores da mídia.

MODO ARCADE: Comparada à do exterior, qual é a qualidade dos cursos no Brasil?

DELMAR GALISI: Países como Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos já têm uma tradição forte desde a década de 1990. Mas muitos dos alunos brasileiros têm viajado ao exterior tanto para trabalhar quanto para estudar. Não há reclamações, muito pelo contrário – eles dizem que o conhecimento que adquiriram aqui foi o suficiente para dar continuidade aos trabalhos lá fora. Há problemas burocráticos, mas não técnicos. O profissional brasileiro tem total condição de atender as demandas do mercado estrangeiro.

MODO ARCADE: Em que área o Brasil atinge maior grau de excelência?

DELMAR GALISI: Somos bastante promissores na parte de arte. Temos excelentes programadores, mas nossa força no ramo audiovisual é grande, e não só na área de games. O Carlos Saldanha (Rio e Era do Gelo), da animação digital, é um exemplo disso. Também no cinema e na publicidade, área em que o Brasil é referência. Há uma tendência pra que o Brasil desponte nesse setor, tanto pela tradição quanto pela mão-de-obra qualificada.

MODO ARCADE: E o mercado nacional absorve a mão-de-obra formada por aqui?

DELMAR GALISI: Entre 40% e 50% dis alunos trabalham com o desenvolvimento de games. Outros acabam indo para setores correlatos da indústria criativa, como a animação ou até mesmo a publicidade. Não temos produção para consoles, apenas participações pontuais em alguns games, mas nos destacamos nos jogos para celulares e redes sociais.

MODO ARCADE: Qual a perspectiva de salário e carreira de quem quer ser um desenvolvedor?

DELMAR GALISI: Depende muito do segmento no qual o profissional ingressa, porque há pouca regulamentação. Há alunos que se formam e ganham R$ 1,5mil por mês e há aqueles que com cinco anos de carreira já ganham salários mais elevados. O curso mesmo segue as diretrizes da área de design, não tem um órgão que regula as disciplinas, e com os profissionais é a mesma coisa. Ainda é um profissão jovem.

MODO ARCADE: As pesquisas são fundamentais no desenvolvimento de determinadas áreas. Como anda a produção acadêmica brasileira?

DELMAR GALISI: Vai muito bem, está até à frente da indústria. Existe, por exemplo, o Simpósio Brasileiro de Games e Entretenimento Digital, congresso que discute de tudo – desde a área de desenvolvimento e programação até a área de cultura, a parte de design e arte, e também o mercado e a indústria. É impressionante o volume da produção. As universidades públicas aparecem até mais que as particulares.

MODO ARCADE: Ainda não há nenhuma universidade pública com um curso de desenvolvimento de games. Qual seria o impacto se alguma instituição abrisse vagas?

DELMAR GALISI: Seria muito positivo. A área de games ainda precisa se desenvolver muito no Brasil e nada como entrar em uma universidade pública para ganhar respeito. Essas instituições têm muito respaldo.

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  • Anhembi Morumbi
  • Delmar Galisi
  • design de games
  • educação
  • entrevista
  • universidade

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Sobre o blog

João Coscelli, é jornalista por profissão e gamer por paixão. Marca golaços, acaba com hordas inteiras de zumbis, salva princesas e o mundo desde criança. É daqueles que vê nos videogames uma fonte de entretenimento, mas também os considera coisa séria.

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