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Videogames de A(tari) a Z(elda)

Pokémon GO faz renascer um fenômeno

Qualquer site ou rede social vai te deixar a par sobre a sensação do momento - Pokémon GO. O game para celulares de realidade aumentada dos monstrinhos da Nintendo desenvolvido pela Niantic Inc. (empresa do Google) não apenas nasce como um fenômeno, mas faz renascer a febre que a própria companhia de jogos japonesa criou há 20 anos.

Por João Coscelli
Atualização:

Antes de entrarmos no assunto, porém, segue um breve resumo do que é Pokémon GO, se é que alguém ainda não conheça o aplicativo. Basicamente é um game que obriga o jogador a caminhar (literalmente falando, percorrer ruas e visitar locais) par capturar os monstrinhos com seu celular, uma vez que eles aparecem na telinha do aparelho devido à tecnologia da realidade aumentada. Trocas, batalhas e outras funcionalidades que consagraram o título original de Game Boy em 1996 também estão presentes, adicionando uma dose extra de nostalgia. Em poucas palavras, coloca o jogador na tão sonhada "jornada Pokémon".

 Foto: Estadão

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Não apenas Pokémon GO superou as buscas por pornografia na internet, tornando o número um em pesquisas, o game é o mais baixado nas lojas de aplicativos dos sistemas iOS e Android. Além disso, fez as ações da Nintendo crescerem 56% desde seu lançamento oficial, em 6 de julho.

O jogo já foi mais instalado em celulares que o Tinder e, por incrível que pareça, parece ter ultrapassado o Twitter em usuários ativos, segundo o SimilarWeb. A SurveyMonkey já soltou um relatório apontando Pokémon GO como o maior jogo mobile da história dos Estados Unidos, atingindo um pico de 21 milhões de usuários diários, superando grandes hits como Candy Crush, Draw Something, entre outros.

Mais números impressionantes para a equação: o app já é mais usado que o Facebook em termos de horas (SensorTower) e foi instalado em 10% dos aparelhos Android dos EUA, 15% na Austrália e 16% na Nova Zelândia (SimilarWeb). E isso porque Pokémon GO nem foi lançado globalmente.

Apenas os três países citados acima têm o jogo de forma oficial. Japão o terá em breve, assim como o Reino Unido. Canadá e América Latina devem ser contemplados logo em seguida. O motivo para esse "atraso" foi a sobrecarga que o servidor da Nintendo teve com tanta gente baixando e acessando jogo, e a solução foi até mesmo derrubar o sinal em áreas em que o jogo foi baixado de forma não-oficial, como o Brasil. É por isso que você que conseguiu instalar o jogo no seu Android graças ao "jeitinho brasileiro" não encontra mais nenhum monstrinho pelas ruas.

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Assim é o mapa aqui no Brasil - vazio Foto: Estadão

Pokémon GO nos leva à velha discussão sobre a intenção (ou nosso desejo de ver) a Nintendo investindo no mercado mobile. O jogo foi uma tacada certeira, pois, antes de mais nada, vai alavancar em muito o awareness e as vendas de Pokémon Sun e Moon, os novos títulos que saem para 3DS no final do ano e ainda pode gerar US$ 1 bilhão em vendas diretas por ano.

Mas vai, ainda, muito além disso, pois a Nintendo está provocando um fenômeno talvez maior que Pokémon Blue e Red causaram na década de 90. Considerando apenas a primeira leva de cartuchos para Game Boy (Red/Blue/Yellow), foram mais de 45 milhões de cópias vendidas, isso sem falar nos milhões de portáteis comercializados devido à febre. A Nintendo criava, ali, uma de suas mais rentáveis e importantes propriedades intelectuais, mudando a indústria para sempre, ao menos no que diz respeito a consoles portáteis.

Agora, a empresa explora uma nova seara, também móvel - os celulares. Potencialmente, todo mundo tem um console no bolso, e todo mundo pode ser um treinador Pokémon. E, tecnicamente, não é preciso pagar nem por uma plataforma específica para jogar, nem pelo game em si. É a total popularização e democratização de uma franquia já altamente popular e democrática. Os números atuais - e os que ainda certamente veremos com espanto - só comprovam isso.

A Nintendo, novamente, criou novos hábitos nos seus jogadores, assim como fez com os portáteis e com o Wii, há uma década. Aqui no Brasil, isso ainda é imperceptível, uma vez que o jogo não funciona nos seus 100%, mas lá fora Pokémon GO e suas mudanças já são uma realidade, segundo relatou outra blogueira do Estadão, Lígia Aguilhar (leia aqui). Mas preparem as pokebolas e as baterias portáteis, pois conhecendo a base de fãs instalada no país, acredito que todos estaremos caçando monstrinhos nas ruas assim que os servidores forem liberados por esses lados.

Estarei na linha de frente.

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