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Repaginado, novo Metal Gear surpreende

Por João Coscelli
Atualização:

Criar um jogo que foge dos padrões comum de sua franquia é um passo extremamente arriscado e que na maioria das vezes desagrada os fãs. O trato com a identidade do game deve ser delicado, a história não deve apresentar distorções e tudo deve ser meticulosamente planejado para não ultrapassar os limites do aceitável entre quem é amante do jogo.

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Mas a Konami acertou em cheio com Metal Gear Rising: Revengeance. O título é um ponto fora da curva da série de espionagem eternizada por Hideo Kojima, recriando o universo de organizações paramilitares com um tom diferente, priorizando a ação.

Antes de mais nada, é preciso esclarecer toda essa história de franquia. Metal Gear comemorou 25 anos em 2012, tendo sido lançado em 1987 para MSX e NES. O estrelato veio com Metal Gear Solid, título de 1998 para o Playstation que, dizem os críticos, foi o precursor e fundamentou as bases do gênero de espionagem (stealth). A partir daí, a série se consolidou nos consoles da Sony como referência de qualidade.

Qualidade essa que se verifica em Metal Gear Rising. A mudança de nome não vem por acaso - a movimentação furtiva, as ações sorrateiras e silenciosas e o clima de missão secreta dão lugar a combates futuristas sangrentos em ritmo acelerado.

Revengeance é um título bastante atípico para a franquia. Há momentos em que o DNA da série se mostra evidente, como quando é melhor lidar com inimigos desavisados, de forma limpa, rápida e silenciosa, que iniciar um conflito aberto. Mas a maioria das situações levará Raiden - o novo protagonista - a recorrer a sua incrível velocidade para derrubar soldados e, claro, robôs gigantes.

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Surpreende o sistema de combate criado pela Platinum Games sob supervisão da Kojima Productions. Os golpes e combinações rápidos terminam com uma sequência em que é preciso fatiar o inimigo, o que pode ser feito freneticamente ou com calma, para acertar o ponto fraco, o que requer bastante prática. Nem tudo, porém, é pancadaria. Por mais que a ação seja o foco do game e as lutas sejam extremamente velozes, apertar botões freneticamente não é o bastante. Planejar cada ataque e que ordem os adversários serão enfrentados é essencial para não acabar morto pelos ciborgues.

Quem queria um jogo de espionagem aos moldes antigos vai ter de esperar um pouco mais, já que Metal Gear Solid: Ground Zeroes, deve sair ainda neste ano, com data de lançamento a ser anunciada. Mas os fãs da franquia adeptos ao gênero de ação têm um prato cheio nas mãos, principalmente devido ao inovador método de combate.

A Konami ousou com Revengeance. Poderia ter criado uma nova marca, mas preferiu usar o peso do nome Metal Gear para lançar um título estranho à série. Pode até ser que Rising se consolide como uma ramificação da franquia e siga seu próprio caminho, já que os produtores acertaram a mão ao arriscar passos no gênero de ação. No entanto, o que a desenvolvedora nos deixa é a lição de que, mais que a fama, a qualidade de um game é o que conta para fazê-lo sucesso de crítica e público.

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