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Videogames de A(tari) a Z(elda)

Vamos (tentar) correr no rally

Eu não me dou muito bem com jogos que precisam de técnica para ser um bom jogador. Adoro títulos de luta, por exemplo, mas sou péssimo com combos. E recentemente me aventurei em dois títulos da categoria mais técnica que há do automobilismo - o rally. O resultado foi parecido em ambos, mas por motivos diferentes.

Por João Coscelli
Atualização:

Primeiro, a aventura foi com Sébastien Loeb Rally Evo, jogo que leva o nome do piloto francês nove vezes campeão do mundo. Ele até atuou junto da equipe de produção do jogo, a italiana Milestone S.r.l, responsável por alguns games do World Rally Championship, o mundial da categoria. De cara, tudo parece bem bacana, dos visuais até a navegação - e é o que se espera de qualquer jogo que chegue para a atual geração de consoles. Além disso, carros e fabricantes oficiais (são 16 marcas e 58 modelos no total) e uma quantidade considerável de circuitos e modos de jogo que dão bastante volume ao game. Nota-se a preocupação do estúdio em levar a experiência oficial do rally aos fãs, ponto positivo.

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O que importa, porém, é o carro na pista - ou estrada, como preferir. Carro e pista selecionados, fui para a corrida teste. E foi terrível. Em pouco tempo deu para perceber o quanto a "técnica" era importante para completar uma prova em um tempo satisfatório. Eu demoro um pouco a me habituar à mecânica de jogos novos, então não esperava um resultado diferente. Mas vieram a segunda, a terceira e a quarta tentativas. A melhora foi pouca, então percebi que o problema não era o piloto, mas sim a máquina. A física parece apurada, mas é extremamente difícil controlar o carro devido aos controles.

Sim, um rally é algo complicado, que exige muito controle do piloto, mas a dificuldade que o game passa parece mais vinculada à parte técnica que ao realismo. Às vezes o carro nem parece tão veloz para simplesmente não responder às curvas e as corridas se tornam uma série de zigue-zagues monótonos em que, invariavelmente, um pequeno deslize vai custar um tempo considerável, mesmo que o jogador saiba que não tenha sido o culpado. Aqui, Sébastien Loeb Rally Evo perde muito. O game faz um tremendo convite com os carros, pistas e modos que oferece, mas a festa parece não entregar em termos de divertimento. Vale para quem é fanático por rally e tem paciência para corridas longas e sem muitos sustos.

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A segunda passagem pelo mundo das corridas offroad foi com DiRT Rally, da Codemasters. O jogo já havia saído há alguns meses para PC, mas chegou aos consoles há pouco tempo. O acabamento e a apresentação são fantásticos, como é de se esperar do estúdio - sons, visuais, menus, tudo é de primeira qualidade. O único ponto negativo da primeira impressão é o número limitado de carros - são apenas 25 modelos. Os modos de jogo, porém, são vários, e o nível de customização dentro deles também é considerável.

Na pista, a primeira corrida também foi desastrosa. A diferença é que foi por pura e simples incompetência do piloto. Os controles respondiam bem, a física parecia bastante próxima do real e cada curva era uma emoção diferente (que normalmente terminava com uma derrapada para fora do percurso). Meu problema? Eu dirigia como se fosse Gran Turismo. Mas DiRT Rally é claramente um jogo de... rally. É acima de tudo dificílimo, mas gratificante. As corridas não são monótonas - a cada parcial, o entusiasmo por reduzir o tempo é grande, e cada movimento deve ser friamente calculado para fazer isso acontecer. Está tudo nas mãos do jogador porque o nível de controle do carro é fantástico - é só saber o que está fazendo com as quatro rodas no cascalho, no asfalto e na neve.

Não desisti. Nas tentativas seguintes, fui menos agressivo no volante, mas o resultado também foi ruim. O jeito? Correr, sim, mas tendo em vista o controle do carro. A curva de aprendizado é longa, mas finalmente peguei o jeito e consegui um tempo satisfatório. Foi na raça, claro, mas um tutorial viria a calhar para quem não está acostumado com esse tipo de corrida ou joga sem qualquer técnica. Mas deu para sentir, enfim, a verdadeira emoção do rally e a dificuldade extrema que a categoria exige. Uma pena que o modo história exige muito mais do que eu consigo para seguir uma carreira vitoriosa - e mesmo quem sabe dirigir vai demorar um pouco até juntar uma grana legal e deslanchar.

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No final das contas, me coloquei no meu lugar "capaz apenas de jogar jogos de corrida no estilo arcade". Mas se você é daqueles que curte jogos detalhados e simuladores de automobilismo, tem duas boas opções nas mãos que acabaram de chegar para os consoles, mas recomendo o segundo se você não está tão familiarizado assim.

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