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Como a tecnologia está mudando a cultura

Brasil e Espanha são líderes em pirataria

Relatório da IFPI defende endurecimento de governos e provedores

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Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

Os brasileiros e espanhóis estão na mira da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI). Segundo o relatório anual da entidade, 44% dos usuários de internet no Brasil utilizam serviços ilegais na web. Na Espanha, são 45%. Só para comparar: nos EUA a pirataria atinge 23% dos usuários.

 Foto: Estadão

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"Nesta entrada em 2011, a pirataria digital, e a falta de ferramentas legais para combatê-las, está se tornando o maior desafio para o futuro das indústrias criativas. Existem grandes novas ofertas de música legítimas pelo mundo, oferecendo aos usuários várias maneiras de acessar música. Mas eles operam em um mercado que é fraudado pela pirataria, e eles não vão sobreviver se nenhuma ação for tomada para resolver esse problema fundamental. Esse é o desafio e a oportunidade para os governos aproveitarem em 2011", diz Frances Moore, chefe-executivo da IFPI.

O relatório aponta que 89% do conteúdo que circula em torrents infringem direitos autorais. No Limewire eram 98.8%. Por isso a entidade comemora o fim do Limewire e o processo contra o The Pirate Bay, mas volta a reclamar do quanto a pirataria está "acabando com empregos" e com o "investimento em música nova". Para ilustrar, a entidade apresenta alguns números: as vendas totais dos 50 artistas mais vendidos em 2010 corresponde apenas a 25% do que era vendido em 2003.

A entidade destaca o caso da Espanha, considerado o país mais pirata do mundo. Lá, as vendas da indústria fonográfica caíram 22% em 2010. E nenhum artista espanhol apareceu na lista dos top 50 (em 2003, eram dez). A IFPI usa os números para traçar uma relação de causa e efeito entre a pirataria e a diminuição de artistas bem-sucedidos. Mas será mesmo?

Mais luta contra a pirataria Apesar das reclamações, a IFPI diz que os lucros da indústria fonográfica cresceram 6% em 2010, totalizando US$ 4,6 bilhões. Foram mais de 400 serviços licenciados, mas a pirataria ainda é um inimigo a ser combatido - e os governos precisam combatê-la com mais afinco.

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A Federação elogia as medidas antipirataria que estão acontecendo no mundo. Especialmente as em que os provedores de serviços são os responsáveis por alertar e detectar infrações por pirataria - caso, por exemplo, da França (a famosa Lei Hadopi), Coreia do Sul e Irlanda. A Federação também espera que atitudes sejam tomadas em breve na Inglaterra, Nova Zelândia e Malásia.

O relatório também aponta um crescimento das ferramentas para acessar música por canais digitais, como Spotify, Deezer e Vodafone. O Spotify tem 750 mil assinantes pagantes, e a Vodafone 600 mil clientes na Europa. "As gravadoras também têm parceiras com provedores de acesso e operadoras de telefonia móvel para oferecer serviços musicais na Irlanda, Taiwan, Coreia do Sul, Dinamarca, Noruega e Suécia", diz o estudo.

Os lucros da venda de música por meios digitais cresceu 6% no mundo em 2010, totalizando US$ 4,6 bilhões. O valor corresponde à 29% do lucro total das empresas. O crescimento foi maior na Europa - a venda de álbuns digitais cresceu 29% no Reino Unido e 43% na França, contra 13% nos EUA. Segundo a IFPI, hoje os consumidores podem acessar a 13 milhões de músicas através de 400 serviços legais em todo o mundo.

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