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Como a tecnologia está mudando a cultura

Investindo em música?

Quanto custa um artista para uma gravadora

12/03/2010 | 19h01

  •      

 Por Tatiana de Mello Dias

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Você sabe quanto custa para lançar um novo artista no mercado? US$ 1 milhão. Pelo menos é o que diz a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês) em um relatório divulgado no início do mês.

Chamado Investing in music (Investindo em música), o documento detalha o processo de lançamento de um artista para justificar o que o presidente da Federação, John Kennedy, diz logo na introdução: “um dos grandes mitos sobre a era digital é o de que os artistas não precisam mais de gravadoras”.

Ele chama de ‘mito’ o fato de que, hoje, os artistas ficam conhecidos pela internet e ganham dinheiro com shows e publicidade. Essa realidade, para Kennedy, diz respeito a um número pequeno de artistas. “A verdade é que artistas são muito mais servidos por um acordo com gravadora”. Como exemplo, ele cita Artic Monkeys e Lilly Allen – ambos lançados pela web, mas que migraram para grandes gravadoras.

Lilly Allen

Para a IFPI, a internet pode ajudar em um primeiro momento, mas é difícil separar o que é de ‘qualidade’ (ou o que poderia assinar um contrato com uma gravadora) e o que não é.

“Os fatos e casos mostrados nesse estudo refletem o papel fundamental das gravadoras no sucesso dos artistas. As empresas de música internacionais investem cerca de US$ 5 bilhões por ano em desenvolvimento e marketing”, diz o relatório. A IFPI compara o investimento da indústria da música ao de outros mercados, como o de biotecnologia.

Sabe como esse valor é investido? A IFPI detalhou: US$ 200 mil de adianto, US$ 200 mil para gravação, US$ 200 mil para a produção de três clipes, US$ 100 mil de suporte a turnê e US$ 300 mil de promoção e marketing. Se o artista for maior ou precisar de um produtor mais famoso, por exemplo, esse valor pode quadruplicar. Um produtor ‘top’, diz o relatório, embolsa US$ 45 mil por faixa.

A IFPI diz que um dos principais trabalhos, no meio de tantos artistas, é selecionar quem entrará para o cast das gravadoras. “No mundo do MySpace e do YouTube, nunca foi tão fácil para os artistas colocarem seus trabalhos online – mas nunca houve tanta competição”, diz o relatório. Para a IFPI, as gravadoras funcionam como um “filtro”.

myspacegenerosNúmero de artistas por gêneros no MySpace, segundo o relatório

“Os selos são inundados com músicas de artistas que querem um assinar um acordo de gravação. Os artistas agora mandam arquivos MP3 em vez de fitas demo, mas a arte de peneirar o vasto campos de talentos continua a mesma”, diz o relatório.

O documento defende a ideia de que as gravadoras ainda são necessárias para assegurar o sucesso de um artista. A cantora Carly McKillip, da dupla One More Girl, endossa o coro das gravadoras: “Quando você vai aos lugares representado por um selo grande, as pessoas sentam, prestam atenção e levam você mais a sério”.

onemoreOne More Girl

Sem um contrato milionário, dizem as gravadoras, é muito difícil conseguir sucesso internacional. “Você pode tentar”, diz Matthieu Lauriot-Prevost, chefe de marketing internacional da Warner. “Mas mesmo hoje você precisará produzir, distribuir e vender produtos físicos e digitais pelo mundo”. “Você só terá uma chance com um time dedicado para lhe dar suporte.”

E não é só para isso que a IFPI acredita que as grandes gravadoras ainda são essenciais. O relatório reconhece que na última década a tecnologia permitiu que artistas gravem seus trabalhos em casa, mas diz os estúdios profissionais “têm um time de profissionais que podem ajudar os músicos a refinar as músicas com perfeição”.

Toda essa retórica serve para justificar um fato: as grandes gravadoras estão perdendo dinheiro – nas palavras do relatório, estão ‘cortando investimentos’ – por causa da pirataria e da troca ilegal de arquivos.

As 32 páginas do relatório, porém, não explicam uma coisa. Realmente é necessário investir US$ 1 milhão em um artista iniciante? É preciso ser ‘reconhecido’, ‘lapidado’ e ‘lançado’ por um grande selo para ter credibilidade e sucesso?

    Tags:

  • IFPI
  • indústria musical
  • música
  • p2p
  • pirataria

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